Junior Kamenach
Junior Kamenach
Jornalista, repórter do Sagres Online e apaixonado por futebol e esportes americanos - NFL, MLB e NBA

Projeto transforma escolas e inspira lideranças juvenis em Goiás

O projeto Brincadoria: Empreender para Transformar, fruto de uma parceria entre a organização Oásis de Sonhos e o Laboratório de Pesquisa e Ensino em Inovação (LAPEI) da Universidade Federal de Goiás (UFG), tem impactado escolas públicas em Goiás ao capacitar jovens para revitalização de espaços e o desenvolvimento de habilidades de liderança e empreendedorismo social.

Desde sua criação, o Oásis de Sonhos atuava em revitalizações de espaços, mas a fundadora Bianca Porto explicou, em entrevista ao Sistema Sagres, que o foco evoluiu para o desenvolvimento de pessoas. “Entendemos que nossa capacidade de transformação era limitada se trabalhássemos apenas com espaços. Por isso, criamos o Brincadoria, para formar líderes capazes de multiplicar essas ações”, afirmou.

O projeto, lançado oficialmente em 2024, trabalha com metodologias inovadoras para transformar espaços escolares enquanto promove habilidades essenciais para os estudantes, como trabalho em equipe, planejamento e execução de projetos.

De acordo com a organização, o Brincadoria envolve três instituições da rede estadual de ensino: Centro de Ensino em Período Integral (Cepi) Novo Horizonte, Colégio Estadual da Polícia Militar de Goiás (CEPMG) Major Oscar Alvelos e CEPMG Waldemar Mundim.

Atividades

As atividades, iniciadas em setembro de 2024, estão sendo realizadas em três etapas:

  • Oficinas de Capacitação: Foco no desenvolvimento de habilidades empreendedoras e criação de projetos de revitalização.
  • Dias D de Revitalização: Alunos colocam em prática os projetos, promovendo melhorias nos espaços coletivos das escolas.
  • Sarau de Encerramento: Celebração dos resultados e impacto do projeto em cada escola.

Até o momento, as oficinas e os Dias D foram concluídos no Cepi Novo Horizonte e no CEPMG Waldemar Mundim. Em seguida, o próximo passo será realizar as atividades no CEPMG Major Oscar Alvelos, seguido pelos saraus de encerramento.

Fernanda Arantes, gestora de projetos do LAPEI, detalhou o processo de escolha das três escolas atendidas na primeira edição do projeto. “Consideramos fatores como o calendário letivo, a disponibilidade para participar das ações e a autorização para as intervenções”, explicou. Quanto aos desafios enfrentados, Fernanda ressaltou a importância da adaptação ao calendário escolar.

(Bianca Porto | Foto: Reprodução/Redes sociais)

“Nas escolas em que o projeto foi incorporado como disciplina, a execução foi mais tranquila. Onde isso não foi possível, ajustamos datas e realizamos as intervenções em um único dia, o que exigiu organização e engajamento de todos”, disse.

Acompanhamento e apoio

Os alunos são orientados por professores e mentores durante todo o processo, garantindo suporte pedagógico e prático. Sendo assim, a execução das ações conta com o suporte financeiro da Frente Parlamentar do Empreendedorismo e das Cidades Inteligentes, da Assembleia Legislativa de Goiás.

As oficinas do Brincadoria têm como base a metodologia do Oásis de Sonhos, mas foram enriquecidas para incluir conceitos de empreendedorismo social e autoconhecimento. “Queríamos que os alunos entendessem quem são e o que desejam, antes de pensar nas transformações na escola. Assim, eles desenvolvem habilidades que podem aplicar em qualquer projeto no futuro”, afirmou Bianca.

De acordo com elas, o projeto Brincadoria vai além da capacitação técnica, promovendo um impacto social significativo nas escolas. A revitalização dos espaços fortalece o senso de comunidade, enquanto o aprendizado em empreendedorismo prepara os estudantes para desafios futuros, tanto na vida pessoal quanto profissional.

Impactos e a formação de lideranças

Os resultados já são notórios, conforme Porto. Além das melhorias físicas nos espaços escolares, professores e coordenadores destacaram o amadurecimento dos alunos. “Habilidades como liderança e trabalho em equipe emergiram de forma natural. É emocionante ver os estudantes se engajarem, tomarem decisões e colocarem a mão na massa”, comentou Bianca.

Um relato marcante para ela foi o de uma aluna que, mesmo cansada e suja de tinta, disse que faria tudo novamente. “É gratificante ver como esses jovens se divertem enquanto aprendem e contribuem para algo maior”, acrescentou. A longo prazo, o projeto visa fomentar o interesse dos alunos pelo ensino superior, empreendedorismo social e novas iniciativas nas escolas.

“Os estudantes começaram a pensar no futuro e em como podem aplicar essas habilidades em suas comunidades e carreiras”, destacou Fernanda. A parceria com a Frente Parlamentar de Empreendedorismo foi fundamental para viabilizar os recursos financeiros necessários. “Essa colaboração garantiu que o projeto fosse implementado com excelência, beneficiando diretamente as comunidades escolares”, finalizou.

Durante o Dia D, alunos colocam em prática os projetos de melhoria dos espaços coletivos da escola (Foto: Lapei/UFG)

Parcerias

Bianca e Fernanda ainda destacaram como o projeto se alinha à Agenda 2030 da ONU e aos princípios da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Porto enfatizou a flexibilidade e a adaptabilidade do Brincadoria, que permitem a sua expansão para outras escolas.

“Estamos com o projeto acontecendo em parceria com o LAPEI da UFG e em mais uma escola por meio de outros parceiros. Além disso, temos um projeto aprovado que viabiliza sua realização em até seis escolas da rede pública de ensino”, afirmou.

O objetivo é ampliar o alcance do projeto. Segundo Bianca, “buscamos parcerias com Secretarias de Educação, Cultura, e até com escolas privadas. Nossa meta para o próximo ano é atuar em pelo menos oito escolas.”

Formação de professores e mentores

A preparação de professores e mentores foi uma peça-chave para o sucesso do projeto. Segundo Bianca, a metodologia foi aprimorada ao longo de anos de experiência do OASIS e do LAPEI. “Além da nossa equipe, cada escola tinha um professor orientador que participou diretamente, compreendendo a proposta do projeto e acompanhando os alunos em todas as etapas”, explicou.

(Fernanda Arantes | Foto: LAPEI/UFG)

Fernanda destacou a importância dessa formação contínua. “A ideia era que os professores e mentores adquirissem ferramentas para mediar os processos com os alunos, desde a elaboração de ideias até o planejamento financeiro, tudo em sintonia com o calendário escolar”, acrescentou.

O empreendedorismo social é o pilar central do Brincadoria, sendo trabalhado de maneira prática e transformadora. “Queremos formar jovens líderes, conscientes de suas responsabilidades com o coletivo. Eles aprendem a planejar projetos, administrar recursos e resolver conflitos, sempre pensando na comunidade e no impacto social que podem causar”, destacou Fernanda.

Resultados e próximos Passos

O projeto também busca revitalizar espaços públicos e fomentar a coletividade, alinhando-se aos princípios de sustentabilidade, ética e criatividade previstos na BNCC. O impacto do projeto já é percebido nas escolas envolvidas.

“Os alunos entendem que têm a capacidade de transformar seu entorno. Trabalhamos para que essa formação cidadã se perpetue e para que eles levem esses ensinamentos para além do ambiente escolar”, ressaltou Fernanda.

Bianca reforçou o compromisso com a continuidade e expansão da iniciativa: “O Brincadoria é mais do que um projeto, é uma ferramenta de transformação social. Nossa missão é gerar impacto e mostrar que todos podem ser agentes de mudança.”

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 04 – Educação de Qualidade; ODS 10 – Redução das Desigualdades

Leia também:

Mais lidas:

Leia também: