Bandeira da Arábia Saudita em frente à sede da ONU, em Nova Iorque (Foto: ONU/Loey Felipe)

As Nações Unidas afirmam que desde 15 de maio, pelo menos 15 defensores e ativistas de direitos humanos foram presos, de forma aparentemente arbitrária, na Arábia Saudita.

Em muitos casos, o paradeiro dos detidos é desconhecido e não existe transparência.

Indiciamento

Em comunicado, o Escritório de Direitos Humanos informou que entre os 15 críticos do governo saudita detidos estão mulheres ativistas incluindo uma das primeiras a obter uma carteira de motorista, Hatoon al-Fassi. A condução de veículos por mulheres não era autorizada até pouco tempo no país árabe.

Os ativistas são acusados de crimes que podem levar a sentenças de até 20 anos na prisão. Mas ainda não está claro se houve indiciamentos dos casos. 

Hatoon al-Fassi, por exemplo, foi detida entre 21 e 24 de agosto. Já Khaled Al-Omair não tem contato com a família desde 6 de julho quando foi levado pela polícia. Outro preso é o advogado Ibrahim al-Modaimeegh, de 80 anos.

A ONU pediu ao governo da Arábia Saudita que liberte todos os defensores de direitos humanos e ativistas detidos por causa de seu trabalho pacífico. Muitos deles lutaram pelo fim da proibição de condução para mulheres, uma campanha que durou décadas.

Para o Escritório de Direitos Humanos, qualquer investigação tem de ser conduzida de uma forma transparente com inteiro respeito pelos direitos do processo.

O Escritório deixou claro que todos os defensores de direitos humanos devem ter condições de realizarem seu trabalho sem medo de represálias ou perseguições.