O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), deflagrou nesta terça-feira (21), a operação SOS Samu, para o cumprimento de 24 mandados de prisão temporária e 43 mandados de busca e apreensão. 21 pessoas foram encontradas e presas, mas não tiveram os nomes revelados.

Segundo investigações do Ministério Público, alguns servidores do Samu, Médicos, Socorristas e Enfermeiros, recebiam propina de donos de hospitais, para que eles direcionasse pacientes que tinham plano de saúde para determinadas UTIs.

Em entrevista ao repórter da rádio 730, Jeronimo Junio, o Coordenador do Grupo de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de Goiás (GRAECO) promotor Luiz Guilherme Gimenes, explicou como funcionava a fraude. “Havia um esquema envolvendo servidores lotados no Samu, médicos e proprietários responsáveis por UTIs. Esses responsáveis pelas UTIs pagavam propinas para que servidores do Samu encaminhassem de forma irregular pacientes para UTIs particulares.”

De acordo com o Coordenador do Graeco, os servidores chegavam a rebaixar artificialmente o nível de consciência do paciente, no momento do atendimento, para que o quadro de saúde do mesmo piorasse e ele fosse direcionado para uma UTI, particular. “Chegou-se ao absurso, a ganância pelo lucro fácil e ilícito, chegou-se ao ponto de servidores rebaixarem artificialmente o nível de consciência dos pacientes que possuíam planos de saúde, para que isso motivasse o encaminhamento de um paciente que não necessitava de UTI, só pra que esse encaminhamento resultasse em propina.” afirma

As ações foram realizadas nas cidades de Anápolis, Aparecida de Goiânia, Senador Canedo e Goiânia. Três pessoas que eram alvos da investigação não foram encontradas. A denúncia partiu de uma ex-servidora do Samu.

O promotor Luiz Guilherme Gimenes afirma que já existem provas contra os suspeitos de envolvimento no esquema criminoso. “Já existem confissões e material apreendido que demonstram anotação de propina. Existe também quebra bancária demonstrando que houve transferência bancária de pessoas vinculadas a UTI à servidores do Samu.”

A propina recebida pelos servidores do Samu, que supostamente participavam do esquema variava de 100 a 500 reais para enfermeiros já os médicos socorristas chegavam a receber o valor de uma diária de uti particular, que é de aproximadamente 15 mil reais.