O Governo de Goiás segue dando os passos necessários para adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que permite a entrada do Estado no Regime. No momento, está em pauta a aprovação na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) do Plano de Recuperação Fiscal. Em entrevista à Sagres, o deputado da oposição Eduardo Prado (DC) cobrou que os parlamentares possam ter acesso ao plano.

“Como é que você vai votar um projeto às cegas? Como nós vamos dar um cheque em branco para o Estado? Nós precisamos saber quais são as diretrizes, para que nós possamos votar e ingressar no RRF”.

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Para Eduardo a entra de Goiás no RRf é apenas uma jogada política. O deputado citou, por exemplo, que a secretária de Economia de Goiás, Cristiane Schmidt, quando vai a Assembleia fala que o Estado com superávit. “É uma jogada para jogar o caos do Estado, em tese, porque isso não foi evidenciado, em governos anteriores e prorrogar dívidas por meio de decisões judiciais para futuros e abarrotar o cofre para tentar investir em infraestrutura ano que vem e garantir uma nova eleição”.

Ainda segundo o deputado, até pouco tempo atrás, os parlamentares da Assembleia eram contrários ao projeto e, por isso, alguns que votarem pela aprovação do plano estarão votando por “cabresto”. “Muitos votam com o governador por interesse próprio. A gente tem que estudar o Plano de Recuperação Fiscal e isso não está sendo feito”.

A abertura de novas empresas em Goiás foi mais uma das preocupações de Eduardo. Segundo o deputado, a entrada de Goiás no RRF é, praticamente, uma declaração de que Goiás está “quebrado”, o que ele classificou como uma catástrofe.

Para encerrar, Eduardo ainda resumiu o que, na visão dele, acontecerá com Goiás, ao confirmar a adesão ao RRF. “Nós não vamos ter concursos púbicos, nomeações, valorização de saúde e educação e, principalmente, serviços dentro da segurança pública. O Estado estará proibido de fazer contratos e o que é mais importante, vai prorrogar suas dívidas com União e sistema bancário, o que, lógico, aumenta os juros, mas permite ao Estado contrair novas dívidas. Resumindo, é um calote institucionalizado que o Estado está dando com esse novo ingresso no RRF”.