O Papa Francisco planeja participar das negociações climáticas da 28° Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-28) em Dubai. Ela ocorre entre 30 de novembro e 12 de dezembro. A informação foi publicada pela agência internacional Reuters, que destaca ainda que seria a primeira vez que um pontífice participaria de uma conferência da ONU desde o início dos encontros em 1995.
Francisco renovou recentemente o seu apelo pela proteção com o meio ambiente e cuidado com o avanço do aquecimento global “a todas as pessoas de boa vontade sobre a crise climática”. Em 4 de outubro, o Papa lançou a Exortação Apostólica “Laudate Deum” (Louvado Seja Deus). Então, o texto é uma continuação da Exortação Apostólica “Laudato Si” (Louvado seja), publicada em 2015.
Secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin confirmou à Reuters a vontade de Francisco ir a Dubai. Porém, a informação também parte de outras fontes do Vaticano, que estimam em 90% a probabilidade do pontífice ir à conferência.
Apelo de Francisco
A viagem de Francisco a Dubai já é portanto esperada, mas, apesar da agenda cheia de compromissos, a saúde do Papa inspira cuidados. Após procedimentos cirúrgicos por causa de uma osteoartrite no joelho direito, o pontífice romano tem usado bengala e uma cadeira de rodas para auxiliar na sua locomoção.
A distância, o Papa Francisco tem contribuído com os debates lançando apelos para reconhecimento da crise do clima e ações efetivas para evitar o sofrimento das pessoas.
Na “Laudato Si”, Francisco manifesta-se a favor da proteção do meio ambiente. No apelo recente, a “Laudate Deum”, o Papa pede ações efetivas contra os problemas ambientais. “Corremos o risco de ficarmos presos na lógica de corrigir, colocar remendos, amarrar com arame, enquanto sob a superfície avança um processo de deterioração que continuamos alimentando”, aponta o pontifício no texto.
Francisco diz ainda que as reações não estão sendo suficientes e que o mundo está “talvez se aproximando de um ponto de ruptura”. Pois, argumenta, “a transição de que se necessita, para energias limpas como a eólica e a solar, abandonando os combustíveis fósseis, não tem a velocidade necessária”.
COP-28
O Papa Francisco criticou na Exortação Apostólica aqueles que “tentaram zombar” da constatação dos estragos causados pelas mudanças climáticas. Diversos locais do mundo sofrem com eventos extremos como secas, enchentes, tufões e inundações. Assim, ele alertou que a conferência deste ano poderá ser crucial para o futuro da humanidade.
“Se houver um interesse sincero em tornar a COP-28 histórica, cabe esperar apenas formas vinculantes de transição energética que tenham três características: que sejam eficientes, que sejam obrigatórias e que possam ser facilmente monitoradas”.
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