O deputado federal e pré-candidato a prefeito de Goiânia, Elias Vaz (PSB-GO), apoia o adiamento das eleições municipais de 2020 por conta do novo coronavírus. Para o parlamentar, a manutenção do pleito em outubro, prejudicaria candidatos de municípios do interior que, segundo ele, não têm o costume de fazer campanha pelas redes sociais.

“Tem muitos candidatos, por exemplo, que não frequentam as redes sociais. Em cidadezinhas menores por aí, o tipo de campanha da pessoa é o corpo a corpo, é a visita, é a caminhada, e a gente sabe que com as condições de hoje isso está praticamente inviabilizado. Então isso prejudicaria muitos os candidatos têm um perfil mais tradicional”, avalia.

A PEC 18/2020 de adiamento das eleições dos dias 4 e 25 de outubro, para 15 e 29 de novembro, sendo primeiro e segundo turnos respectivamente, levou 35 dias ára ser analisada e aprovada no Senado Federal. No entanto, deputados têm divergido sobre o assunto na Câmara.

Apesar disso, de acordo com Elias Vaz, os parlamentares parecem estar perto de um consenso para votar a proposta. Contudo, os partidos do chamado “Centrão”, um grupo de partidos de centro e centro-direita, que detém 200 votos na Casa, e que são contra o adiamento.

“Esse final de semana parece que a coisa caminhou no sentido de votar. O centrão, embora ele não seja a maioria, mas como se trata de uma PEC, que precisa de 308 votos, aí nós temos dificuldades porque você não precisa ter uma maioria para comprometer a aprovação da PEC. Se você tiver esse percentual razoável, e o centrão tem, pode realmente viabilizar essa votação”, afirma.

Segundo Elias Vaz, um impasse na Casa para aprovar o adiamento seria a tentativa do Central de negociar um aumento do Fundo de Participação dos Municípios, o que, de acordo com o parlamentar, “agradaria” aos prefeitos, já que os gestores municipais teriam mais recursos até o encerramento do mandato.

“A arrecadação de todos os municípios caiu em função da queda da economia, pelos problemas que a economia vem enfrentando, então é óbvio que há uma queda. O governo federal é o único que tem o poder de envidamento, então é importante, dos entes federados, o governo possa dar essa ajuda até para minimizar a situação econômica, fiscal de equilíbrio e obrigações que as prefeituras têm”, avalia.

A PEC aprovada no Senado define o período entre 31 de agosto e 16 de setembro para a realização das convenções para escolha dos candidatos pelos partidos e a deliberação sobre coligações. Segundo o texto, até 26 de setembro, partidos e coligações devem solicitar à Justiça Eleitoral o registro de seus candidatos.

Após 26 de setembro, segundo a PEC, inicia-se a propaganda eleitoral, inclusive na internet. A Justiça Eleitoral convocará os partidos e a representação das emissoras de rádio e de televisão para elaborarem plano de mídia.

Caso haja consenso entre os deputados, já é possível votar o tema na Câmara Federal nesta semana, a começar nesta terça-feira (30).