Em pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), Goiás apresentou estagnação da indústria em 10 anos. O Secretário de Indústria e Comércio do Estado, José Vitti, afirmou em entrevista à Sagres que o resultado do estudo preocupa, justamente, pelo período de tempo analisado.

“Precisamos estudar esses dados e ver quais os melhores caminhos, para que a gente possa adotar uma política que visa desenvolver mais a indústria goiana e, também, claro, avançarmos no PIB (Produto Interno Bruto) e consequentemente melhorarmos nossa posição no ranking de competitividade”.

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José Vitti ressaltou que Goiás teve um salto industrial, através dos incentivos fiscais, mas que o fim desses incentivos, aliado com a mesma política por parte das outros federações fez com que o Estado estagnasse. O secretário ressaltou que cada momento tem sua particularidade e que agora, o ideal é investir em maneiras de escoar a produção goiana.

“A gente está no caminho certo, por exemplo, pois a [Ferrovia] Norte-Sul está praticamente pronta, o que possibilita uma melhora no escoamento via não rodoviária, mas principalmente com ferrovia. Isso é ótimo, vai nos ajudar bastante”, contou José Vitti, que ainda citou a Ferrovia Oeste-Leste e destacou a localização de Goiás “no coração do Brasil”.

O investimento em novas maneiras de exportar os produtos goianos está de acordo com o que diz o economista chefe da CNI, Renato Fonseca, que em entrevista à Sagres afirmou que a mudança de cenário ocorrerá com investimentos em infraestrutura.

A maneira como os incentivos fiscais foram trabalhadas foi criticada pelo secretário. Segundo José Vitti, faltou equilíbrio nessas medidas. “Ou seja, as empresas aproveitaram daquele momento em determinados estados, pelos incentivos, mas quando eles tiveram fim, as empresas voltaram para onde é mais fácil o escoamento do seu produto, perto dos portos, perto do grande consumo da população”.

Vitti destacou que Goiás tem uma série de potencialidades, com a produção de etanol, de soja e milho, além de jazidas de minerais metálicos. “Eu não tenho dúvida em afirmar que Goiás vai avançar neste ranking nas próximas avaliações, tendo em vista hoje o nosso escoamento de grão, o nosso escoamento das matérias primas”.

Em função do que ocorreu após o fim dos incentivos fiscais, José Vitti tem preocupação com o próximo passo a ser tomado e pede união entre o setor público e o privado. “É importante não só extrair a matéria prima, mas também industrializá-la. Estamos procurando isso aqui em Goiás, não só ser um estado produtor de grãos, mas exportar para outros países que nos compram essa commodities”.