O atual prefeito de Goiânia, Iris Rezende, anunciou nesta terça-feira (25) que não será candidato à reeleição este ano e que encerrará sua carreira política. O cientista político Pedro Célio, analisou o cenário em entrevista à Sagres 730 nesta quarta-feira (26), e afirmou que nas últimas eleições houve um suspense sobre se a candidatura de Iris existiria ou não para o cargo de prefeito da capital. A princípio ele negou, mas depois se candidatou.

Contudo, Pedro Célio acredita que desta vez o político não deve mudar de opinião. “Sempre fica essa fagulha no ar com a possibilidade de que ele mude de decisão. Mas eu tenho a impressão de que o tom que ele utilizou ontem em relação a não se candidatar me parece verdadeiro desta vez”, afirmou o cientista político.

Na visão de Pedro Célio, Iris é um político de influencias e de situações marcantes no processo político e na forma administrativa de Goiás. Contudo, ele explica que não vale afirmar que Iris é o maior nome da política do Estado.

“É sempre bom pensar a história como fatos grandiosos e personalidades grandiosas. Mas eu vejo que Iris é o político mais longevo. Porém, também temos outros nomes de épocas diferentes, que dificulta muito a comparação”, pontua.

Questionado sobre a existência de lideranças que possam representar o momento econômico goiano Pedro Célio respondeu que a tendência de nossa época é não obedecer aos mesmos parâmetros ou a mesma lógica de observação das estruturas e dos processos que condicionam a ação política.

“Se nós pudéssemos fazer alguma marca de longo período, eu diria que o estado de Goiás vive hoje um processo de integração a um mundo globalizado. Ele está se encaminhando para que os negócios e a cultura local já não sejam mais exclusivos de um modo de vida regionalmente definido aqui”, explica.

Sobre estruturas políticas, Pedro Célio explica que elas não existem mais. “O legado político partidário de Iris não difere muito da antiga política, que a gente chama de tradicional. O MDBismo como estrutura partidária praticamente não existe mais. Se falarmos de PSD de Pedro Ludovico ainda temos marcas fortes. Mas do MDBismo de Ires isso dificilmente localizaremos”, pontua.