A pesquisa “Por trás da aparência” realizada pela The Body Shop e o Instituto Plano de Menina revelou o impacto dos padrões estéticos impostos às mulheres no mercado de trabalho. O principal dado em destaque é que 69% das entrevistadas afirmaram que já sentiram algum tipo de pressão estética no ambiente profissional.

A pressão estética sofrida pelas mulheres envolve o peso, uso ou não de maquiagem, tipo de cabelo, modo de se vestir, cor da pele e idade. Uma das entrevistadas revelou, por exemplo, que passou a usar tranças para disfarçar o cabelo crespo depois que um chefe pediu que ela alisasse ou prendesse. “Dói muito ter que mexer no meu cabelo para aceitação dos outros. Hoje eu uso tranças para disfarçar o meu crespo”, contou.

O caso afeta a autoestima, mas também impacta a visão que as mulheres têm delas mesmas como profissionais, isso porque 56% das participantes da pesquisa disseram que o desempenho no trabalho sofreu quedas significativas depois que vivenciaram esse tipo de pressão e que os episódios as fizeram duvidarem de seus potenciais.

Outros dados

A “Por trás da aparência” também mostrou que 45% das entrevistadas já modificaram a aparência por causa dos padrões exigidos no trabalho. A medida está ligada à queda da autoestima após a pressão estética e ao medo de perder a vaga que ocupa no mercado. O medo se concretizou na vida de 40% dessas mulheres, percentual que afirmou já ter perdido oportunidades profissionais por causa da aparência. 

Os maiores problemas da situação é que a pressão em sua maioria ocorre por colegas de trabalho (50% dos casos) e comparações com outras mulheres devido a pressão interna (31%). Outros dados igualmente importantes e preocupantes são a falta de suporte relatada por 65% delas e a falta de diversidade estética e racial nos cargos de liderança apontada por 60%.

O padrão estético estabelecido no ambiente profissional ganhou contornos ainda mais prejudiciais às mulheres com os filtros de beleza presentes nas redes sociais. Com isso, uma coisa que já era daninha na vida real ultrapassou os limites da própria natureza e atingiu um padrão irreal para todas as mulheres.

“Assuma sua imagem”

Uma pesquisa encomendada pela Allergan Aesthetics, empresa de tratamentos estéticos médicos sediada na Irlanda, mostrou que 94% dos brasileiros concordam que os filtros quando usados exageradamente diminuem parcial ou totalmente a autoestima. O resultado da pesquisa já é efeito dos impactos negativos que os padrões de beleza dos aplicativos para fotos e vídeos causam nas pessoas. 

Uma grande parcela das pessoas que responderam as perguntas, 60%, admitiram que tem referências irreais quando se trata de estética e 58% delas sabem que os filtros deixaram o nível de cobrança ainda mais irreal. 

O levantamento foi, na verdade, parte importante de uma campanha promovida em 2022 para romper a dependência dos filtros de beleza convidando as pessoas para o movimento “Assuma sua imagem”. A pesquisa ouviu 650 pessoas de oito capitais do país, entre 18 e 50 anos, sendo que 76% eram mulheres e 24% homens.

*Com informações de O Globo e Correio do Povo

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 03 – Saúde e bem-estar e o ODS 05 – Igualdade de Gênero.

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