O professor e pesquisador da UFG, do Departamento de Ecologia do Instituto de Ciências Biológicas, José Alexandre Filizola, conversou com Rubens Salomão, Jéssica Dias e Cileide Alves no programa Sagres Sinal Aberto, na manhã desta sexta-feira (11) sobre a segunda onda de covid-19 em Goiás.

De acordo com Filizola, há um aumento do número de novos casos de coronavírus em Goiás, como já foi observado em outros estados do Brasil. “Estávamos vendo um declínio constante do número médio de transmissões em agosto. Então a gente observou essa tendência até inicio de novembro, quando essa tendência começa a se reverter, o número de casos começa a estabilizar e aparentemente começa a acelerar”, detalhou.

A taxa de transmissão do coronavírus (taxa R) no Brasil subiu esta semana para 1,14, segundo levantamento do Imperial College, de Londres. Qualquer número acima de 1 significa que a pandemia está acelerando. Em Goiás, segundo o professor, a taxa R varia de acordo com o cálculo. “Temos calculado com base no número de casos confirmados da Secretaria Estadual de Saúde. Se a gente pensar em até meados de novembro, a taxia R estaria um pouco abaixo de 1, mas a gente começa a perceber que ele está acima de 1 nos últimos 15 dias”, disse.

José Alexandre Filizola destacou que o Estado conseguiu segurar a primeira onda da covid-19, tanto pela posição geográfica, quanto pelas medidas de isolamento social com poucos casos. “Mesmo a taxa R aumentando, o número absoluto de pessoas que serão contaminadas ainda é pequeno”, disse. “Se os gestores de saúde e a sociedade entender isso, é mais fácil controlar essa mudança de trajetória. Com o número absoluto é pequeno, teria condições de segurar essa segunda onda”.

Medidas

Questionado sobre as medidas de segurança para conter o segundo avanço da pandemia de covid-19 no Estado, o professor e pesquisador da UFG afirmou que a recomendação é a sempre. “As pessoas precisam continuar com o protocolo e entender que a pandemia não acabou e os gestores precisam insistir com essa ideia, reforçar os protocolos de segurança”, afirmou.

Além disso, Filizola destacou que a testagem em massa e isolamento dos contatos são ações necessárias para controlar a pandemia, sem precisar fazer uma intervenção maior. “Seria muito importante fazer os testes, isolar os casos e assim bloquear a cadeia de transmissão”, disse.