Muito se fala em transição energética, pois a mudança das matrizes energéticas não renováveis para as renováveis já está em curso em todo o mundo. Para os pesquisadores Luís Augusto Barbosa Cortez e Frank Rosillo-Calle, os biocombustíveis possuem destaque para essa transição energética. 

Cortez e Rosillo-Calle são autores do livro The future role of biofuels in the new energy transition (O futuro papel dos biocombustíveis na nova transição energética, em tradução literal para o Português). Cortez é uma referência no campo dos biocombustíveis e pesquisa planejamento energético na Unicamp. Já Rosillo-Calle é pesquisador do Imperial College London, no Reino Unido, no entanto, já participou de diversos projetos de pesquisas internacionais, como no Brasil, Espanha, Reino Unido e Tailândia.

Para os pesquisadores, o destaque dos biocombustíveis está nos recursos naturais, como a cana-de-açúcar, a soja, o milho e a gordura animal. Além da forma de consumo adicionados à gasolina e também utilizados diretamente em veículos flex, por exemplo.

Brasil

Neste cenário, então, o Brasil possui um grande destaque mundial por possuir recursos naturais importantes para essa transição em larga escala. O país é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar e possui experiência e conhecimento na área. Cortez afirmou à Agência FAPESP que o país possui um cenário favorável para o futuro com o acesso favorável aos recursos naturais dos biocombustíveis.

“A situação do Brasil no setor energético é muito favorável. Nossos veículos flex já emitem menos do que os elétricos europeus. E, nesta conjuntura de crise, também existe uma oportunidade: a de transformar o limão, constituído pelo desmatamento, em uma limonada, a agricultura sustentável”.

Cortez acredita que interesses econômicos e políticos são um dos maiores obstáculos do Brasil neste setor. O pesquisador argumentou que o bioetanol, por exemplo, se expandiu sem grandes áreas desmatadas e sem substituir áreas da produção de alimentos, mas cresceu reutilizando áreas degradadas pela pastagem. 

“Menos de 5% da área destinada à agricultura no Brasil é ocupada pela plantação de cana-de-açúcar para biocombustível. Isso representa menos de 0,5% da área do país. No entanto, existem, atualmente, 150 usinas produtoras de bioetanol no Estado de São Paulo. A proporção é de uma para cada duas cidades”, afirmou.

Livro

Cortez afirmou que existe desinformação em relação aos biocombustíveis. E que, portanto, “uma das expectativas com o livro é esclarecer as pessoas sobre os benefícios proporcionados pelos biocombustíveis”.

O livro de Luís Augusto Barbosa Cortez e Frank Rosillo-Calle investiga, assim, as diversas opções energéticas disponíveis para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. O livro é uma publicação da editora Blucher com o apoio da FAPESP, mas ele  também está disponível no formato e-book.

*Com informações da Agência Fapesp

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o destaque é para o  ODS 12 – Consumo e produção responsáveis e o ODS 13 – Ação contra a mudança global do clima.

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