A candidata ao Governo de Goiás pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Cíntia Dias, apresentou em seu plano de governo propostas que contém pautas ligadas a seis Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Eles contemplam os temas pobreza, fome, mulheres, emprego, crescimento econômico, inovação, e desigualdades.   

Os ODS são 17 metas desenvolvidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) para melhorar a qualidade de vida no mundo. Eles visam a diminuição das desigualdades, erradicação da pobreza e promoção da saúde. Além da preservação do meio ambiente e produção sustentável. Esses objetivos são o eixo da Agenda 2030, em que os países precisam criar e colocar em prática ações sobre todos os objetivos. Confira como a candidata abordou os ODS em seu plano de governo.

Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU

ODS 1 – Erradicação da pobreza e ODS 2 – Fome zero

O primeiro objetivo visa acabar com a pobreza no mundo em todas as suas formas. Cíntia Dias mencionou o ODS no tópico “Do combate à fome e à carestia”. Dias afirma que “o desenvolvimento de Goiás é marcado por estruturas econômicas e sociais extremamente desiguais que geram situações de insegurança alimentar”.

No documento, a candidata sugere uma “reorientação das políticas sociais e econômicas” do estado. Desta forma, seu plano começa pelo combate à fome e ao desemprego. A principal proposta da chapa é criar condições de acesso aos “bens públicos” das áreas de Educação, Saúde, Transporte e Segurança Pública.

Outras propostas contemplam a criação de emprego diretamente pelo estado, com vagas temporárias, obras, concursos públicos e incentivos para o turismo. Além de prever a utilização de prédios e terrenos do estado para habitação popular, auxílio aluguel e revisão de programas sociais de habitação para priorizar os mais vulneráveis.  

O programa de governo também conta com um amplo tópico sobre Segurança Alimentar. Com 11 propostas, a chapa sugere ações de incentivo à Agricultura Familiar, integração com Instituições de Ensino Superior para pesquisa e tecnologia, criação de Escolas do Campo e duas novas secretarias: a de Desenvolvimento da Agricultura Familiar e a de Desenvolvimento Solidário.

ODS 5 – Igualdade de gênero e ODS 10 – Redução das desigualdades 

O plano de governo também conta com um tópico intitulado “Da luta contra as opressões”, que contém propostas relacionadas às mulheres, aos negros e aos indígenas. O documento afirma que a chapa “compreende a complexidade das relações que estruturam a sociedade de classes no Brasil e a urgente necessidade de transformá-la para garantirmos a construção de uma nação soberana, justa, igualitária e fraterna”.

Em relação às mulheres, o texto destaca a existência de uma divisão social, racial e sexual do trabalho “que tem como consequência que as mulheres sejam a maioria das pessoas pobres do mundo”. De acordo com o documento, essa situação “atinge de maneira ainda muito mais direta, as mulheres negras e indígenas”.

Sobre o racismo, a chapa argumenta que a população negra foi marginalizada após a abolição da escravidão, pois não se criou “condições suficientes” para a inclusão no trabalho assalariado.  “O fenômeno em questão produziu uma inequívoca relação entre classe social e raça no Brasil, na medida em que estruturou as condições de desigualdades que vêm sendo reproduzidas”.

Dias afirma ainda que o racismo é estrutural e integra a organização política e econômica da sociedade. “E isso se traduz na enorme desigualdade entre negros e brancos”. 

O documento apresenta propostas de demarcação de todas as terras indígenas, lembra o marco temporal, que  limita a demarcação dos territórios, e a tentativa de autorizar a exploração mineral em locais já demarcados pela Funai. Apesar de citar o racismo, os direitos dos indígenas e das mulheres, o plano de governo não aprofundou em propostas para estes grupos sociais.

Cíntia Dias também propôs ações para combate à LGBTfobia. Neste tópico, a candidata aborda a igualdade de direitos, o respeito, a liberdade e a cidadania plena. “Além do combate à violência física e simbólica, questões como o acesso ao trabalho digno, salário, educação, saúde e assistência social continuam sendo sonegadas”.

ODS 8 – Emprego digno e crescimento econômico e ODS 9 – Indústria, inovação e infraestrutura

Cíntia Dias criticou em seu plano de governo a forma como Goiás se desenvolveu economicamente. Segundo ela, a distribuição de riquezas ocorreu provocou um crescimento “extremamente desigual” e uma “concentração populacional”. A proposta da candidata é a criação de empregos pelo estado, com vagas temporárias em órgãos do estado, concursos e incentivos a cooperativas.

Na área de inovação e infraestrutura, o plano contempla a retomada de obras públicas e a integração de instituições. Como exemplo, são citadas a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) e o Instituto Mauro Borges (IMB) para contribuírem com o crescimento tecnológico em diversas ares do estado.

Cíntia Dias apresenta diversos temas em seu plano de governo, mas não se aprofunda com propostas. Em alguns tópicos, como Segurança Alimentar, Combate a Fome e Cultura são apresentadas propostas. Porém, em temas como mulheres e racismo são mencionadas a importância do combate, sem ações previamente previstas para o tema.

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