A essa altura do campeonato com a sequência de vitórias e a pontuação alcançada, 37 pontos, para ocupar o 13º lugar, no Campeonato Brasileiro da Série B, onde figurou na faixa de rebaixamento por 27 rodadas, tendo inclusive ocupado a lanterna da competição em várias delas, ninguém mais fala em queda do Vila Nova para a Série C.

Mas este foi o assunto dominante nas conversas sobre futebol nas rodas de rua e no noticiário dos veículos de comunicação por muito tempo. E faz sentido: o Vila Nova é muito grande para subir em um ano e cair no outro. Os entusiasmados que falavam em acesso para a Série A neste ano, foram os mais desesperados – é que eles falaram com o coração e futebol se faz com planejamento e dotação orçamentária: o Vila não vive situação financeira boa para subir da Série C para B e da B para a A em anos seguidos. Ou seja: o Vila é muito grande para subir num ano e cair no outro e ainda não tem dinheiro em caixa para subir da C para a A em dois anos.

O começo de ano ruim na Série B foi justamente pela condição financeira. O caixa feito para disputa da Série B se deu com a negociação dos seus três melhores jogadores na Série C: o volante Dudu e os atacantes Alesson e Kleyton. Fez-se o caixa, mas enfraqueceu o time.
O planejamento da diretoria é que se o elenco que ficou desse certo, o clube manteria o mesmo com poucas contratações na janela de julho, se não desse certo, até julho as finanças deveriam estar controladas e a equipe seria reforçada com as peças necessárias para manter o time na Série B e foi assim que aconteceu.

Por isto que, enquanto o time amargava na zona do rebaixamento, os diretores ligados ao futebol, Leandro Bittar e Frontini trabalharam observando jogadores. Aproximadamente 20 foram observados e 12 foram contratados.

Lista que ao ser apresentada ao presidente executivo Hugo Jorge Bravo e ao presidente do Conselho Deliberativo Décio Caetano, não encontrou resistência para ser trazida: Raillan – lateral direito, Jean Martin – volante, Sousa – volante, Jordan – zagueiro, Matheus Mancini – zagueiro, Renan Bressan – meia, Jonatan Bastos, Neto Pessoa, Kaio Nunes, Matheus Sousa, Dentinho e Hugo Cabral – todos atacantes.

Foram chegando rapidamente, antes que a janela para contratações fosse fechada, nem todos jogaram (uns por problemas físicos outros por inadaptação) mas os resultados apareceram. Trabalho sério dos dirigentes vilanovenses que souberam planejar, calcularam os riscos, viram a necessidade da tomada de posição e agiram na hora certa, com tempo para a recuperação da equipe na competição. O time está recuperado na Série B e zona de rebaixamento é assunto passado. A diretoria merece todos os elogios.

Cá comigo, fui dos poucos que defendiam que o Vila Nova não cairia. Ainda com o time mal na competição, tive uma conversa com o diretor Leandro Bittar, ao lado do companheiro Paulo Massad, quando fomos informados que as finanças estavam sendo controladas para contratações necessárias na hora certa.

Que os presidentes executivo e do conselho deliberativo não abririam mão da recuperação financeira e que ele pactuava plenamente com a ideia… ele e os demais dirigentes. Por isto tive segurança para bancar o tempo todo que o Vila Nova reagiria e reagiu. Naturalmente não posso deixar de considerar que a vinda do técnico Allan Aal também contribuiu para a reação vilanovense, embora às vezes divirja das atitudes dele, tenho de reconhecer que o resultado é o que importa é este que está aí para quem quiser e tiver olhos para ver.

Meio bronco, às vezes duro em excesso com as palavras, o fato é que Hugo Jorge Bravo mostrou ser sério, honesto e trabalhador. Trouxe para seu lado gente que pensa e age como ele. O grupo colocou o Vila Nova no rumo certo e quando o Vila pega o rumo certo, vira rolo compressor. Quem duvidar aguarde 2023 para ver.