O arquiteto e urbanista Paulo Renato Alves, que participou da discussão do primeiro projeto do Plano Diretor de Goiânia, ainda no mandato de Iris Rezende como prefeito de Goiânia, afirmou em entrevista à Sagres, nesta segunda-feira (31), que a proposta atual não teve estudos pontuais de cada região da capital. “Foi feita uma teoria global para a cidade. Então, se tem um eixo de desenvolvimento, 350 metros de cada lado, pode adensar. Isso foi uma regra geral basicamente”, informou.

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Apesar disso, Paulo Renato detalhou que em relação ao adensamento da cidade, “o remédio receitado é o correto”. Segundo o arquiteto, a densidade de algumas regiões atrapalha o fluxo da cidade e, por isso, a criação de Áreas Adensáveis e de Desaceleração de Densidade (ADD) são necessárias. Além disso, uma das soluções encontradas é limitar o número de andares dos prédios construídos, conforme o tamanho da área disponível.

“Nas áreas adensáveis, onde se tem maior oferta de transporte público, onde o governo quer que a cidade cresça, ali o empreendedor pode construir seis vezes a área do terreno, ou seja, se ele tem 1 mil metros quadrados de área de terreno, ele pode fazer 6 mil metros quadrados de aproveitamento em apartamentos”, detalhou Paulo Renato. Para ele, essa determinação será benéfica para a cidade “porque controla o crescimento”.

Ainda de acordo com o arquiteto, a ideia é promover um crescimento igualitário em todas as regiões. “Aquilo que urbanistas chamam de cidades de 15 minutos, em que você pode fazer tudo a sua volta, o que fomenta o mercado local. E essas centralidades esparramadas só vão existir se tiver gente, densidade e, por isso, o município está desferindo esses novos eixos”.

Paulo destacou, porém, que o mercado imobiliário não segue as sugestões do município e, sim, o que é mais interessante para ele. Por isso, é necessário estruturar esses locais, com a possibilidade do adensamento pulverizado e não concentrado nas regiões nobres.

Após avaliar os principais pontos positivos e negativos, o arquiteto declarou que ainda existem arestas que precisam ser aparadas no Plano Diretor de Goiânia, como a necessidade de “fazer um casamento entre meio ambiente, densidade e mobilidade”.

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