A repercussão na base aliada do governo e internamente no MDB ao convite do governador Ronaldo Caiado (DEM) para o MDB compor sua chapa majoritária e a desgastante relação do presidente Jair Bolsonaro com os Estados são os temas deste novo episódio do PodFalar.

Ser ou não ser governo na eleição de 2022, eis a pergunta que atormenta o MDB goiano. A dúvida já dividia o partido há algum tempo, mas se tornou uma questão real com o convite de Caiado, feito na sexta-feira, dia 22 de agosto.

De um lado, a favor da coligação, está Daniel Vilela, presidente do MDB no Estado. Na hipótese de aliança, Daniel deve ser indicado para a vaga de candidato a vice-governador de Caiado. De outro está o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, que trabalha para ser o candidato a governador do MDB em 2021.

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O filho de Maguito Vilela e o sucessor de Maguito em Aparecida, que se tratam como irmãos políticos, agora divergem em quase tudo. Sobre a data para o partido decidir: Daniel quer encerrar a polêmica em setembro e Gustavo quer deixar para o ano da eleição. Daniel e Mendanha se estranham também como deve ocorrer a decisão, se em reunião expandida do diretório regional ou um processo mais amplo ainda.

Toda vez que o preço da gasolina sobe muito Jair Bolsonaro saca do colete o mesmo recurso: transfere a culpa pelos reajustes, que são decididos pela Petrobras, empresa controlada pelo Palácio do Planalto, para o ICMS que os Estados recolhem sobre a gasolina. Em fevereiro, diante da pressão do presidente sobre os Estados, Caiado defendeu o diálogo. Na época ele declarou em post publicado em suas redes sociais:

“Minha posição em relação a redução do ICMS dos combustíveis será de levar adiante proposta que @JairBolsonaro fez ontem a nós, durante seu pronunciamento no evento de 400 dias de governo: buscar o diálogo para solução diante de problema que municípios, Estados e União têm culpa.”

No início desta semana, depois de o presidente repetir esse jeito enviesado de tratar o problema, Caiado novamente pregou o diálogo na reunião com seus colegas. Boa parte dos governadores não acredita em diálogo, pois Bolsonaro já deu inúmeras provas de não ter compromisso com fatos nem em manter relações harmoniosas com as várias instâncias de poder, incluindo os governos estaduais. Sem falar que os 27 governadores têm entre si divergências sobre como contornar mais uma confusão inventada pelo presidente.

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