A multinacional italiana Enel começou a receber nesta semana as propostas de companhias interessadas em comprar a distribuidora Celg-D. A empresa, que contratou o Itaú BBA para coordenar o processo, quer cerca de R$ 10 bilhões pelo negócio, que envolve o balanço patrimonial da empresa e a dívida acumulada.

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A pressa da empresa italiana e a tramitação da polêmica PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do Estado de Emergência, mais conhecida como PEC Kamikaze, são os destaques da edição #191 do PodFalar. O primeiro Podcast de política de Goiás tem apresentação e comentários de Rubens Salomão, Samuel Straioto e Rafael Rodrigues.

Entre as interessadas no novo negócio da Celg-D, estão as empresas Equatorial, Energisa, CPFL, EDP e Neoenergia. O processo é realizado com lance único, por opção da própria empresa, que busca dar mais agilidade à venda. Como a dívida corporativa precisa trocar de mãos, as companhias interessadas têm movimentado o setor bancário nas últimas semanas, para garantir financiamento.

As ações da Enel subiram 1,9% no dia 25 de abril, quando a notícia sobre a negociação foi divulgada, mas a companhia acumula queda de 25,3% nos últimos seis meses. A italiana pagou R$ 2,1 bilhões para adquirir a Celg-D dos antigos controladores, a Eletrobras e o Estado de Goiás, em um leilão de privatização em 2016.

Ao longo de 2019 e 2020, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, criticou duramente a Enel pela qualidade do serviço prestado. A partir do fim de 2020, no entanto, o discurso foi alterado. Com a mudança de postura, o governo de Goiás realizou seguidas agendas conjuntas com a distribuidora de energia, com parcerias e elogios trocados. Agora, autoridades do estado voltam a defender a saída da Enel do estado.

A Celg-D, gerida pela Enel, está entre as piores distribuidoras brasileiras de energia em qualidade de serviço. De acordo com ranking publicado pela Aneel, a empresa fechou o ano passado como a terceira pior entre 29 distribuidoras.

Exclusiva

O governo estadual acompanha o processo de nova venda da CELG-D e o PodFalar conversou sobre o assunto com o secretário geral de Governo, Adriano da Rocha Lima. Ele explica porque a Enel tem tanta pressa em vender a distribuidora de energia em Goiás.

Língua solta

A deputada federal Celina Leão (PP-DF) acusa ter sofrido “violência política” e anunciar que vai entrar com uma representação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados por conta da confusão durante os trabalhos da Comissão Especial. Era, naquela ocasião, a quinta reunião da comissão, na noite de terça-feira (5).

A reunião foi marcada por bate-boca, gritos e socos na mesa durante a leitura de propostas de emendas à Constituição (PEC’s). “É golpe”, gritavam parlamentares da oposição quando Celina, que é presidente da comissão, pediu para que o relator da matéria, deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), iniciasse a leitura do relatório.

Para o professor de direito financeiro e cientista político, Frank Tavares, a aprovação de PEC que libera recursos acima do teto de gastos para programas sociais em período eleitoral representa um caso de “autoritarismo fiscal”.

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