Os detalhes do processo de reestruturação de forças política em Goiás, no primeiro teste geral depois da inversão em 2018, com um cabo de guerra entre as atuais base e oposição líquidas na busca por estrutura política na pré-campanha em Goiás e o resultado do primeiro quadrimestre nas contas da prefeitura de Goiânia são os temas deste episódio do PodFalar.

A adesão do Partido Republicanos à base de apoio ao ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (Patriota), nesta semana, materializou a disputa por estrutura política na pré-campanha ao governo de Goiás. O partido esteve e continua divido entre lideranças que seguem a orientação do presidente nacional, Marcos Pereira, e os que buscavam a adesão à base de Ronaldo Caiado (UB), com apoio à reeleição do governador.

Apesar da óbvia divergência, todos os envolvidos tentaram naturalizar a situação e garantem que terão liberdade para apoiar quem quiserem na eleição deste ano. A liberdade fica favorecida pelo fato de que o partido nunca se posicionou como base e nem como oposição, desde o início do governo Caiado, em 2019.

A definição de rumo do Republicanos apresenta o movimento de forças: de um lado, o governador Ronaldo Caiado com a estrutura partidária reforçada pela máquina de governo; de outro, aos menos outras três pré-candidaturas da oposição que ainda não encontram capilaridade política no estado.

Na face divergente do cabo, Gustavo Mendanha espera anunciar na próxima semana o apoio de outro “grande partido, que está hoje presente na base caiadista e que indicaria nome para a vaga de vice. Também fazem força na corda deste cabo de guerra os pré-candidatos Major Vitor Hugo (PL), de olho em colegas bolsonaristas, e o ex-governador Marconi Perillo, que come pelas beiradas para recuperar antigas alianças, desfeitas com a derrota tucana em 2018.

Além da definição partidária, a pré-campanha tem foco na articulação com setores religiosos. E, neste caso, o grupo que tem o Partido Republicanos e a Igreja Universal tem caminhos diferentes.

Segundo bloco

As contas da Prefeitura de Goiânia são o segundo tema do Podfalar desta semana. O prefeito Rogério Cruz prestou contas relativas ao primeiro quadrimestre de 2022, nesta semana. As receitas dos primeiros meses do ano foi de R$ 2,4 bilhões, dos quais R$ 534 milhões foram vieram pela cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).

A variação nominal foi de 9,09%. No entanto, quando a inflação é aplicada, o crescimento da receita acaba sendo negativo, de -2,17%. O secretário de Finanças, Vinícius Henrique Pires, justificou que essa variação negativa se deve à queda de alguns repasses, por exemplo na área da Saúde.

O secretário relatou que a gestão tem tomado medidas de contingenciamento de gastos e que a meta é voltar o Município à nota A na Capacidade Pagamento do Tesouro Nacional. Goiânia caiu para a nota B.

A despesa total foi de R$ 1,97 bilhão no primeiro quadrimestre. A variação, em comparação com o mesmo período de 2021, foi de 4,56% ou -6,75%, se considera a inflação. O resultado primário foi de R$ 411 milhões.

Outro tema em pauta foi o IPTU. A Prefeitura de Goiânia vai enviar à Câmara Municipal um projeto de lei que revisa o Código Tributário Municipal (CTM), com o objetivo de que o reajuste do Imposto nos próximos dois anos seja apenas pela inflação. A lei, aprovada em setembro do ano passado, prevê uma trava de até 45% de aumento do tributo. O prefeito Rogério Cruz comentou o assunto.

A prestação ainda teve cobranças ao gestor municipal, feitas principalmente por vereadores de oposição, e a promessa sobre pagamento da data-base de 2022, que deve chegar à Câmara no próximo semestre. A prefeitura alega estar concentrada em pagar até o fim deste mês a data-base retroativa de 2020 e 2021.

O podcast conta ainda com o quadro Língua Solta, com a música tema da primeira banda goiana de rock, o Língua Solta, com o recuo nada estratégico do ministro da Economia, Paulo Guedes.

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