Foto: Douglas Monteiro/VNFC

No futebol, a cada partida, exige-se sacrifício e dedicação de cada um dos envolvidos. A vitória é fruto do esforço, da entrega e da determinação de toda equipe. O Vila, ao longo da história, sempre levou o jogo contra o Goiás a sério. Perdeu mais do que ganhou, é verdade, mas quase sempre impôs muita resistência. Mesmo nas derrotas, valorizou os triunfos esmeraldinos, com raríssimas exceções como o famoso 6 a 1.

Recentemente, o Vila mudou a história do clássico. Nos últimos 6 jogos, foram 4 vitórias e 2 empates. É a segunda melhor sequência do confronto a favor dos colorados. Antes, de novembro de 1966 a maio de 1968, o Vila ficou 7 jogos sem perder para o Goiás com uma vitória e 6 empates. De fevereiro de 2004 a janeiro de 2006 acumulou mais uma sequência de 7 jogos sem derrotas para o Verde, com 3 vitórias e 4 empates. Estes dados são do estudioso Gerliézer Paulo, do Sistema Sagres de Comunicação.

Por que isso ocorreu? Primeiro, porque o Vila continua encarando o Goiás como um grande rival. O trio Ecival Martins, Felipe Albuquerque e Hemerson Maria trata o jogo como um “campeonato à parte”. Em campo, os jogadores praticam a filosofia de quanto maior o esforço melhor o resultado a ser alcançado.

Do outro lado, o Goiás tem sido um time passivo diante do Vila. Os últimos técnicos não conseguiram motivar os jogadores para a “guerra” que é o clássico. Trataram o jogo como uma partida comum. Além disso, alguns personagens do alviverde “jogaram contra o patrimônio”. Em 2017, Victor Bolt entregou duas bolas decisivas para o adversário, consagrando o meio-campista Alan Mineiro. Este ano, os goleiros Marcelo Rangel e Marcos falharam nos gols que abriram as duas vitórias do brasileiro da Série B por 3 a 1 e 3 a 0.

No último clássico, além do “frango” sofrido pelo goleiro Marcos, o técnico Ney Franco, também errou na escalação do time. Felipe Gedoz foi uma figura apagada. Escolha infeliz do treinador, que apesar da derrota ainda tem o melhor aproveitamento entre os técnicos goianos, 61,4%. Ney, com o jeito mineirinho de ser, foi o responsável pela grande ascensão esmeraldina na competição, mas neste último jogo também “colaborou” com o triunfo vilanovense.

O Vila encontrou a fórmula ideal para bater o grande rival. Conquistou mais uma vitória por merecimento. E os 6 pontos ganhos do alviverde poderão ser decisivos para colocar a equipe colorada pela primeira vez na Série A do Brasileiro.

O ruim do clássico foi o terceiro tempo. As declarações provocativas de alguns jogadores e de ex-jogadores causaram mal estar entre os torcedores do bem. As réplicas e tréplicas de pessoas alienadas tiraram o brilho do futebol.