Praça Cívica: sede do poder e coração de Goiânia

A Praça Cívica é o coração de Goiânia. Neste local, a nova capital começou e se desenvolveu. A praça é considerada o principal elemento do traçado urbano de Goiânia. Seu projeto faz parte do plano original da nova capital do estado de Goiás, desenvolvido de 1933 a 1935 pelo urbanista Atílio Corrêa Lima, a pedido de Pedro Ludovico Teixeira. 

O lugar é a sede do Poder Executivo em Goiás. De lá se irradiam as três principais avenidas da história da cidade: a Avenida Goiás, a Avenida Araguaia e a Avenida Tocantins. O conjunto urbanístico da Praça Cívica, onde estão situados o Palácio das Esmeraldas, o Museu Zoroastro Artiaga, a Chefatura de Polícia, entre outras edificações, se destaca pelo estilo Arte Déco.

A Praça Cívica foi tombada pelo IPHAN como patrimônio histórico, por sua importância cultural junto ao Acervo Arquitetônico e Urbanístico Art Déco de Goiânia. No entorno da praça foram edificados prédios de órgãos federais, como os Correios e Tribunal Regional Eleitoral. A praça foi construída para ser o principal lugar de Goiânia. 

Descaracterização 

Com a expansão urbana e a modificação da cidade, já nos anos 1970, a praça passou a ser utilizada como estacionamento. Com isso, o lugar perdeu seu caráter de convivência e integração, sendo marginalizado, desfavorecendo seu uso enquanto espaço público de encontro. Devido aos edifícios localizados na praça e em seu entorno, que concentravam instituições públicas, havia um grande fluxo de veículos. 

A Praça Cívica, então, passou por uma grande revitalização em 2015. A proposta foi de valorizar o patrimônio arquitetônico, artístico e cultural do espaço. Inaugurado em 2016, o novo espaço apresentou diversas modificações em sua estrutura, tais como: revitalização do piso, de modo a facilitar o acesso para os pedestres e impedir o trânsito de veículos; restauração de elementos históricos, como as fontes luminosas.

Houve ainda a realocação do monumento às Três Raças, elevando-o a um nível superior ao passeio; reforma de quiosques existentes; instalação de novos bancos e reforma dos existentes; instalação de novos elementos de iluminação, entre outras mudanças.

Revitalização

Coordenado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o serviço foi realizada pelo programa PAC Cidades Históricas, do governo federal, e custou cerca de R$ 12,5 milhões. Atualmente, poucos eventos culturais são realizados, com exceção das comemorações anuais, como Natal, nas quais a praça recebe grande público.

 A restauração incluiu a construção de um monumento assinado pelo artista plástico Siron Franco, denominado Monumento Carajá. A obra foi colocada no espaço onde antigamente havia a sede da Prefeitura de Goiânia. 

Com espelhos e estrutura de aço inoxidável, tem três metros de altura e 11 metros de comprimento.  Caleidoscópica, a arte urbana vincula passado e futuro por meio de totens, com 2,80 metros de altura, em forma de ancestrais carajás, e figuras masculina e feminina, com 1,80 metro de altura, que representam o futuro. 

Museu Zoroastro Artiaga

A história do Museu Goiano Professor Zoroastro Artiaga começou, oficialmente, no dia 06 de fevereiro de 1946, quando foi assinado o decreto Lei nº 383 para a criação do primeiro Museu Estadual de Goiás. A inauguração, em julho de 1946, foi marcada pela abertura da Exposição Permanente de Goiânia, composta por mostruários variados de produtos econômicos de Goiás, objetos de arte e documentários histórico-sociais do oeste brasileiro.

Apenas em 1965, o Museu Estadual de Goiás passou a ser chamado pelo nome atual, em homenagem ao pesquisador e professor Zoroastro Artiaga, o primeiro diretor. Nascido em 1891, na cidade de Itaberaí, Zoroastro foi uma importante persona na historiografia goiana. Ele se formou em direito, mas atuou como jornalista. Artiaga escrevia para veículos como a Revista Oeste e o Jornal O Popular. O Muza está aberto à visitação de terça a domingo, das 8h às 18. A entrada é gratuita.

Chefatura de Polícia

A antiga Chefatura de Polícia é datada de 1937 e enfatiza as linhas e adornos art déco da arquitetura goianiense. Foi construído, a princípio, para abrigar a primeira delegacia de polícia de Goiânia, mas, ao longo das décadas, passou por transformações em seu projeto original. Foi ocupado, por exemplo, pela Procuradoria-Geral do Estado, pela Superintendência de Planejamento, pela Empresa de Obras Públicas e pela Secretaria de Estado da Cultura.

O prédio foi totalmente reformado e as obras foram entregues em 2022. A restauração do edifício, de 1,9 mil m², priorizou recuperar características originais. Na parte estruturante, receberam reparos, as paredes com fissuras e rachaduras, os vãos das janelas, portas da fachada e a volumetria da cobertura. O imóvel é conhecido pela fachada sóbria, quase clássica, com peças ornamentais nas janelas, capitéis quadrados nas colunas da fachada frontal e as esquadrias da porta com desenhos florais.

Foto da Praça Cívica em 1949 (Foto: Arquivo nacional)

Centro Cultural Marietta Teles Machado 

O prédio está situado à direita do Palácio das Esmeraldas e também foi construído em 1933. Atualmente o centro abriga as unidades: Museu da Imagem e do Som (MIS), Biblioteca Estadual Pio Vargas, Biblioteca Braille, Gibiteca Jorge Braga e Cine Cultura.

Inicialmente a construção serviu primeiro à Secretaria Geral do Estado. Depois, abrigou o Fórum. Mais tarde foi sede da Secretaria da Fazenda. 

No local, funcionou o escritório técnico das obras da construção de Goiânia, em 1936. Hoje é o Centro Cultural Marietta Telles Machado, onde funcionam algumas áreas da Secretaria de Estado da Cultura.

O Museu da Imagem e do Som (MIS) que integra o Centrp Marietta Teles foi criado em 03 de outubro de 1988, com o objetivo de reunir, preservar, produzir e divulgar as formas de expressão histórica, artística e cultural do Estado registradas em áudio e vídeo. Portanto, seu acervo é constituído de coleções de discos, fitas cassete, fitas magnéticas de áudio e de vídeo, filmes, documentos fotográficos, textuais e bibliográficos. 

O MIS conta com sala de eventos, sala de atendimento multimeios, sala de cinema, biblioteca, laboratório de conservação, reservas técnicas e estações de trabalho. No local são mais de 140 mil documentos fotográficos, entre fotografias e negativos; cerca de 30 mil documentos sonoros em discos e fitas; 30 mil documentos videográficos; em torno de 6 mil documentos pessoais, como cartas e diários; além de uma biblioteca especializada em assuntos audiovisuais com aproximadamente 6 mil exemplares. 

O edifício do Fórum é um espelhamento do edifício da Secretaria Geral, fechando a simetria com o Palácio do Governo. O projeto também é atribuído a Attílio, mas com as modificações subsequentes da firma Coimbra e Bueno. Sua construção teve início em 1936, um ano depois do arquiteto deixar o canteiro de obras da cidade, e foi inaugurado em 1942. O uso como tribunal de Justiça foi posterior a sua inauguração 

Parte Direita do Palácio

A outra edificação construída nesse mesmo período sob comando do arquiteto é a Secretaria Geral 27 , localizada na lateral esquerda do Palácio e construída para abrigar as atividades administrativas de suporte do governo estadual. De mesma constituição física do Palácio das Esmeraldas, em estrutura de concreto armado e alvenaria em tijolos, o edifício possui estrutura avarandada que faz jogo com o próprio palácio. Apresenta ainda a horizontalidade, o telhado coberto por platibanda e as mesmas características de esquadrias principais, com vidros jateados decorados que possui o palácio 

Praça Cívica
(Foto: Prefeitura de Goiânia)

Chefatura de Polícia – Centro de Inovação A edificação da Chefatura de Polícia é situada na área oeste da Praça Cívica, ao lado do Fórum. Sua construção faz uso de volumes com cheios e vazios e detalhes mais elaborados do que as demais da praça, e apesar de não termos com precisão o seu ano de construção, e nem o seu arquiteto, seu projeto demonstra mais maturidade no estilo Art Déco, com elementos como sobrevergas nas janelas, em serralheria e um ritmo mais visível. Algumas publicações atribuem a construção a esse período anterior à 1942, enquanto outras simplesmente não arriscam uma data. Aqui, iremos classificá-la nesse período pela indicação do IPHAN (2012), por ser o documento mais oficial encontrado, apesar de que, pelas suas características, assemelha-se mais às edificações posteriores construídas – como o do Museu Zoroastro. 

Mesmo com essas diferenças, ela segue a mesma estrutura em alvenaria e telhas francesas, escondidas por platibandas e detalhes decorativos de pintura. Ainda se tem a sobriedade e a simplicidade na forma e na distribuição dos ambientes em planta. Seu uso inicial foi tanto de sede central da polícia civil como de cadeia pública. Algumas de suas esquadrias possuem fechamentos vazados de concreto. 

Um item de destaque no paisagismo são os Espelhos d´água, ou fontes luminosas. Eles inclusive chamam a atenção no comparativo entre os projetos da Praça Cívica de Goiânia e do Jardim de Alá no Rio de Janeiro. Em Goiânia, eles tiveram sua implantação iniciada em 1936.

Goiânia 90 Lugares

Goiânia faz 90 anos em 24 de outubro. Por isso, o Sistema Sagres de Comunicação, com apoio da Prefeitura de Goiânia elaborou um guia de 90 locais a serem conhecidos por você que é goianiense, que mora na capital ou que está de passagem por aqui. Esta é a campanha “Goiânia 90 Lugares”.

A produção inclui 90 reportagens em texto e fotos de lugares marcantes da cidade, 30 vídeos, um mapa e uma página especial. A campanha conta ainda com entrevistas especiais sobre a construção, estrutura e futuro da nossa capital.

As ações tem coordenação de Rubens Salomão, com pesquisa e textos de Samuel Straioto, Arthur Barcelos e Rubens Salomão. Imagens e edição de Lucas Xavier, além das reportagens em vídeo de Ananda Leonel, João Vitor Simões, Rubens Salomão e Wendell Pasqueto. A coordenação do digital é de Gabriel Hamon. Coordenação de projetos é de Laila Melo.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 04 – Educação de Qualidade; ODS 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis

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