O secretário de Finanças de Goiânia, Alessandro Melo, detalhou em entrevista à Sagres 730 nesta terça-feira (16) que a Prefeitura está estimando uma diferença de mais de R$ 600 milhões entre a receita prevista no orçamento de 2020 e da que será realizada. A análise do fluxo financeiro feita pela Secretaria Municipal de Finanças (Sefin), aponta que só no mês de maio houve uma perda de mais de R$ 64 milhões devido à crise provocada pelo Coronavírus (Covid-19).

A capital deixou de arrecadar R$ 183 milhões como efeito das políticas adotadas para o enfrentamento da pandemia. “Desses R$ 600 milhões que estimamos até o final do ano, temos realizado de frustração de receitas até o final de maio R$ 183 milhões, isso significa que temos que dar um jeito na prática de ter R$ 183 milhões a menos despesa nesse ano de 2020, porque nós já não vamos ter esse valor de receitas que foram orçadas”, detalhou. “Então tomamos todas as atitudes que viemos tomando, corte de orçamento, contingenciamento e, até mesmo, a suspensão dos contratos temporários”.

Alessandro Melo explicou que esse valor estava comprometido dentro do orçamento. Com as medidas de contingenciamento em abril e maio, como o corte na folha gerou uma economia de despesa de pessoal perto de R$ 60 milhões. “Sobrariam R$ 123 milhões, e nós fizemos um contingenciamento de R$ 170 milhões, então nós já preventivamente, já estamos preparado para além do R$ 183 milhões de frustração na nossa receita, temos R$ 50 milhões de possível queda na receita que nós já tomamos ações antecipadamente prevendo essa queda, até porque nós temos uma posição que vai chegar a R$ 600 milhões”

A Prefeitura de Goiânia encaminhou um projeto de lei à Câmara Municipal na semana passada de emenda à Lei Orgânica que prevê a desvinculação de 100% dos saldos dos fundos municipais, assim como receitas de impostos, taxas e multas arrecadadas pela Prefeitura. Alessandro estima a liberação de R$ 70 milhões que ficarão à disposição da Secretaria de Finanças para cobrir o déficit de receita.

“Todas essas variáveis que vai somando e a gente vai trabalhando todos os meses para garantir que, 100% da frustração da receita do município de Goiânia tem algum ponto de compensação, ou numa receita extra que nós vamos receber ou em um corte de despesa”, afirmou. “Por exemplo, esse auxílio emergencial vai trazer R$ 250 milhões a mais para o cofre do município, aqueles R$ 600 milhões que nós vamos perder, R$ 250 milhões estão sendo compensado”.