Na próxima semana serão definidos os finalistas do Campeonato Goiano 2020 e pela primeira vez na história duas equipes do Vale do São Patrício disputarão entre si uma vaga na decisão do estadual. Tudo porque o Jaraguá eliminou o Vila Nova e o Goianésia despachou o CRAC e se enfrentarão na semifinal, em partida que ainda não tem data, local e horários definidos.

Em entrevista à Sagres o presidente do Azulão do Vale, Marco Antônio Maia, comemorou a classificação. Além de se aproximar da final do torneio, a vitória garantiu mais uma vez a equipe na disputa da quarta divisão do Campeonato Brasileiro e ainda pode render uma vaga na Copa do Brasil.

“Impensável há algum tempo que teríamos o clássico entre Jaraguá e Goianésia na semifinal do Campeonato Goiano. Esse jogo vale muito pra gente, uma vaga na final e uma vaga na Copa do Brasil. Conseguimos também mais uma vaga na Série D, é a quinta vez consecutiva que participamos. Nós sempre tivemos como foco subir para a Série C, entrar no calendário do futebol nacional e isso é importante porque cria uma visibilidade maior e melhora o ranking na CBF”, comemorou.

Rivalidade: Goianésia x Jaraguá

Apesar de ser a primeira vez do Gavião da Serra na elite do Goianão, a rivalidade entre as duas equipes é uma das maiores do interior. O confronto, que é considerado um clássico, mexe com as duas cidades, que estão separadas por pouco mais de 59km de distância.

“Dentro de campo é uma rivalidade boa, salutar, nada muito pesado. O primeiro confronto da minha gestão foi em 2018 na Divisão de Acesso e esse ano tivemos dois jogos: perdemos em casa e ganhamos lá. A rivalidade é muito boa, as duas cidades são vizinhas e há uma competição entre os dois municípios dentro e fora de campo. Infelizmente não tem torcida por conta da pandemia, mas se tivesse, era jogo para encher estádio”, disse Marco Antônio Maia.

O dirigente do Goianésia admitiu que o seu clube tem um ligeiro favoritismo por ter mais experiência na competição e por ter mantido a base que teve um bom desempenho na última edição da Série d do Brasileirão.

“O Goianésia tem uma experiência maior, mais tempo na competição e a nossa obrigação de vencer esse jogo é maior. Nós já viemos com um time montado desde a Série D, mas o Jaraguá vem fazendo uma bela campanha, a segunda melhor do estadual de 2020”, analisou.

Apesar da disputa que há dentro das quatro linhas, ele fez questão de enaltecer o trabalho do rival que hoje é presidido por Muller Meira.

“Sempre fui muito amigo da diretoria do Jaraguá e nós participamos um pouquinho da ascensão meteórica deles. É bonito o trabalho dessa diretoria do Jaraguá. Já liguei para o Muller (Meira) dando os parabéns pela vitória e classificação do time. Sabemos que vai ser um jogo emocionante, decidido nos detalhes, mas tenho certeza que o Goianésia sairá com essa vaga na final, nós merecemos por tudo que fizemos nos últimos dez anos”, afirmou o presidente.

Caso Michael: Goiás x Goianésia

Ao passo que comemora a classificação para a semifinal do Campeonato Goiano, o Azulão do Vale também se vê em meio a um imbróglio com o Goiás Esporte Clube. O time do Vale do São Patrício cobra da diretoria esmeraldina uma das parcelas referentes à negociação do atacante Michael, que após a Série A de 2019 pelo Verdão, acabou se transferindo para o Flamengo.

Alegando não ter recebido a terceira parcela, o Goianésia entrou com uma ação na Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) e foi rebatido por Edminho Pinheiro, vice-presidente do Conselho Deliberativo do Goiás, em entrevista à Sagres.

Nesta sexta-feira (12), Marco Antônio Maia reiterou que o Azulão só está cobrando o que tem direito e solicitou que o dirigente alviverde faça um acordo para que a cláusula de sigilo possa ser quebrada e o contrato se torne público.

“O Goianésia não tem dúvida do que foi acertado. Escutei algumas entrevistas nesses dias e fiquei chateado. Infelizmente eu não posso divulgar os três contratos para a imprensa, para verem que o Goianésia está no seu direito, porque tem uma cláusula de sigilo. Eu peço em público, já que o Edminho (Pinheiro) bate na tecla que ele tem razão, que a gente faça um acordo e abra mão desse sigilo, que a gente divulgue para que a imprensa veja quem tem razão. A Justiça vai dar isso (razão para o Goianésia), mas demora um pouco. O contrato está assinado com três aditivos garantindo que o Goianésia tem direito a 500 mil euros. Eu peço que o Goiás abra mão desse sigilo. Eu acho que a transparência é fundamental na vida, importante para tudo, e o Goianésia está aberto para abrir mão desse sugilo e população conhecer o teor desse contato”, explicou.

“Ele (Edminho Pinheiro) falou que adiantou dinheiro pra gente, mas isso é mentira. Nós fechamos que o Goianésia teria direito a 500 mil euros sobre os valores da negociação do Michael, está no primeiro contrato, em todos os aditivos e parcelamentos do Goiás. Mas eu sempre estou aberto à conversa, desde que não seja sob pressão e para explorar o Goianésia, que é um time mais fraco economicamente e menor, e que não seja para que o Goianésia abra mão dos seus direitos. Estou aberto ao diálogo, desde que o Goianésia não seja prejudicado”, concluiu o presidente.

Ouça na íntegra a entrevista de Marco Antônio Maia à Sagres: