Sagres em OFF
Rubens Salomão

Governo busca indígenas sobre políticas ambientais a serem debatidas na COP30

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) passou a buscar uma aproximação com lideranças indígenas com o objetivo de discutir políticas ambientais. Principalmente as ações que deverão entrar em debate no ano que vem durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). A cidade de Belém (PA) sediará o evento, o maior sobre meio ambiente em nível global.

A COP reúne representantes de cerca de 200 países, entidades que atuam na busca da preservação ambiental, especialistas e representantes da sociedade civil. Na última semana, por exemplo, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, recebeu em seu gabinete no Palácio Itamaraty lideranças da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). Os indígenas participaram em Brasília do Acampamento Terra Livre (ATL), maior mobilização indígena do país, que também tem foco na discussão de políticas ambientais.

No encontro, segundo informou o Itamaraty, Mauro Vieira discutiu com as lideranças indígenas temas como a COP30 e a participação de indígenas em eventos no exterior. Além das discussões envolvendo a COP30, o governo Lula também está de olho no G20, a organização que reúne as maiores economias do planeta. A presidência em 2024 é brasileira e tem entre os eixos centrais o desenvolvimento sustentável.

políticas ambientais indígenas no acampamento terra livre
Foto: Indígenas na 20ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL), em Brasília. (Crédito: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

Políticas ambientais

Na avaliação do Itamaraty, é impossível falar de mudanças climáticas, preservação ambiental e desenvolvimento sustentável sem levar em conta a posição dos povos indígenas. O governo entende que tem a chance de encontrar caminhos e soluções, formulando políticas públicas, inclusive em nível internacional, sobre preservação ambiental.

Discurso

A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, disse que as populações devem ser ouvidas nas negociações sobre políticas ambientais. Ela participou, nos Estados Unidos, do Fórum Permanente das Nações Unidas sobre Questões Indígenas.

Representação

“Algumas mensagens que estou levando para o mundo estão sendo escutadas, mas só serão efetivadas se forem mensagens de todos. Sejam representantes de organizações indígenas, sejam representantes governamentais. E a primeira mensagem é conhecida: diz respeito à importância dos povos indígenas nas negociações ambientais”, afirmou a ministra.

Efetividade

“Com a COP na Amazônia [em 2025], isto fica mais evidente. Porém, ainda falta muito para essa importância resultar em participação concreta, por isso precisamos nos organizar”, completou. Para a ministra, os indígenas também devem participar de discussões sobre temas como transição energética, formulação de políticas para energia renovável, proteção dos territórios, sistemas alimentares e o chamado racismo ambiental.

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*Este conteúdo segue os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 13 Ação Global Contra a Mudanças Climática; ODS 15 – Vida Terrestre; e ODS 16 – Paz, Justiça e Instituições Fortes.

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