O Goiás Esporte Clube conquistou o acesso para a Série A do Campeonato Brasileiro e dessa forma precisa retomar o projeto do futebol feminino. Por determinação da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), as equipes que disputam a Série A do Brasileirão são obrigadas a ter um time da modalidade feminina. Quem não tiver, não participa de competições organizadas pela entidade.
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Em 2020 o Verdão estabeleceu uma parceria com o Aliança, que foi encerrada devido ao rebaixamento para a Segunda Divisão. O presidente Paulo Rogério Pinheiro ressaltou seu desejo em investir na modalidade, mas frisou que a obrigação de ter um time feminino não o agrada.

“Tudo que é colocado no Brasil goela abaixo, não funciona. Eu gostaria muito de investir no futebol feminino, de montar uma equipe competitiva. Mas eu não posso fazer uma coisa que foi imposta. Não posso gastar R$ 50 mil igual eu estava gastando em 2020 e em 2021 acabar com o projeto. O Aliança treinava no CT Coimbra Bueno e nós dávamos total estrutura para eles, mas era muito pouco. O futebol feminino precisa ser revisto no Brasil”, pontuou.
Para o dirigente, a Confederação Brasileira de Futebol é quem deveria investir na modalidade.
“O futebol feminino está totalmente errado. Uma CBF que tem R$ 1 bilhão aplicado, que foi o balancete deles em 2020, eles não podem manter 40 clubes de alto padrão, fazendo um ranqueamento de atletas, até que eles tenham vida própria? Seja através de patrocínios ou investidores. Não adianta eu bancar o feminino no adulto e não ter uma base, é jogar dinheiro fora. Então, nós precisamos realmente repensar o feminino”, afirmou.
Para a temporada 2022, o Aliança vive a expectativa de retomar a parceria com o clube esmeraldino. A técnica da equipe aurinegra, Cristiane Guimarães, ressaltou que independente do projeto ser reiniciado, o importante é que o futebol feminino seja valorizado no estado.
“Quando o Goiás teve a oportunidade de fazer a parceria com o Aliança em 2020, ele fez com que o futebol feminino fosse bastante valorizado. Foi o primeiro time que profissionalizou fielmente o futebol feminino. Todo mundo tinha carteira assinada, tinha salário e todos os direitos trabalhistas que qualquer funcionário contratado em regime de CLT tem. Devido a queda do Goiás a parceria terminou, mas eles disseram que se subissem provavelmente retomariam essa parceria conosco. Estamos com uma grande esperança, mas independente de qualquer coisa o importante é ter mais um clube no estado de Goiás para fomentar o futebol feminino em 2022”, destacou.
Paulo Rogério Pinheiro confirmou que pretende retomar a parceria, mas não da forma como ele gostaria.
“O Goiás volta no ano que vem com o (futebol) feminino, com o Aliança. Mas de uma forma precária, de forma pobre, sem vislumbrar grandes resultados, porque não temos dinheiro para isso, infelizmente”, lamentou.
O Aliança já tem vaga garantida na Série A2 do Brasileirão Feminino. No entanto, com a criação da Série A3, Goiás e o Aliança não disputaram a mesma divisão do campeonato, como explica a presidente do Aliança, Patrícia Menezes.

“Conquistamos a nossa permanência na Série A2 e no ano que vem existirá a A3. Nos moldes de antigamente, para A2 eram convocados os 27 campeões estaduais, incluindo o Distrito Federal e mais quatro clubes do ranking masculino, totalizando 32 equipes. Neste ano, a A1 vem com 16 times e a A2 com mais 16, e a A3 formada com 32 equipes. E como o Goiás não atingiu o ranking, vai fazer parte do grupo que disputará a A3”, detalhou.
Dessa forma, a nova parceria entre os dois clubes deve ser em moldes diferentes da firmada em 2020, desta vez, com o nome dos dois clubes no uniforme. Goiás e Aliança devem definir a retomada do projeto nas próximas semanas.