A divisão dentro do Patriota, partido que deve receber a família Bolsonaro e seus aliados, foi parar na justiça, com uma ação protocolada pelo grupo de Jorcelino Braga, secretário-geral do partido. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, apesar de considerar os relatos dos membros de “elevada gravidade”, afirmou que a ação precisa ser resolvida na justiça comum e não na eleitoral.

Em entrevista à Sagres, nesta quinta-feira (03), o presidente da sigla, Adilson Barroso, declarou que, realmente, os fatos descritos pelo grupo de Jorcelino na ação são graves, mas que é preciso comprovar o que foi dito. “Então, se eles nos acusam, estão acusando erradamente. Eu não tenho medo da justiça, eu amo a justiça, eu tenho medo da injustiça, da justiça não”.

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Segundo Adilson, nenhuma mudança no partido foi feita em desacordo com o que prevê o estatuto da sigla, aprovado pelo TSE e pelos ministros do Supremo. “Se alguém estiver com dúvidas, é só entrar no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ir até o partido Patriota e ver os estatutos”.

O presidente do Patriota ainda afirmou que esse estatuto dá poderes a ele para que promova as mudanças que são alvo de críticas internas no partido. Porém, sobre a declaração de Jorcelino Braga, em entrevista à Sagres, nesta quarta-feira (02), de que houve alteração no prazo de validade do diretório nacional, Adilson respondeu que isso era mentira. “Não tem nada de mudança de tempo de diretório, não foi mudado nenhum dia. Tudo que eu fiz é estatutário”.

Adilson prosseguiu e declarou que havia uma tentativa de concentrar os poderes do partido em um só grupo e que o novo estatuto leva democracia para o Patriota.

“Inclusive eles [grupo do Jorcelino] estavam presentes, mas quando perderam na votação se retiraram sem assinar. Então, estamos aqui eleitos pelos votantes, por unanimidade. Seriam 25 contra 15 ou 16 deles. O que foi feito, não foi feito só por mim, foi feito por ampla maioria”.

As reuniões para a entrada do presidente da República, Jair Bolsonaro, foi um dos pontos reclamados por Jorcelino, que disse que elas ocorriam apenas entre Adilson e Bolsonaro. O presidente do Patriota, porém, ressaltou que eram feitos convites para participação de outros membros, mas que eles não compareciam por diferentes motivos.

“E o presidente Bolsonaro não impôs nada para entrar no partido, ele disse apenas que queria ajudar a fazer com que o Patriota se tornasse o maior partido do país, elegendo muitos políticos”, declarou Adilson, que ainda afirmou que Jair espera retorno dos aliados e deve dar uma resposta definitiva sobre a entrada no partido em 10 ou 15 dias.