Foto: Sifaeg

O presidente-executivo dos Sindicatos da Indústria de Fabricação de Açúcar e de Etanol do Estado de Goiás (Sifaeg/Sifaçúcar), André Rocha, lamentou a aprovação do projeto que retira os incentivos fiscais às indústrias que produzem etanol anidro no estado

O setor vê com pesar essa decisão”, afirma. “Diz o ditado que o que é combinado, não é caro. Empresas vieram aqui para Goiás, investiram bilhões de reais na construção de indústris, na preparação do campo para a produção de cana-de-açúcar. Hoje se gasta R$ 8 milhões para preparar um hectar de terra para plantação. Temos R$ 1 milhão de hectares com cana plantada”, afirma. 

O etanol anidro é o chamado “etanol puro”, que é misturado à gasolina usada em carros e motos. André Rocha acredita que a retirada dos incentivos pode fazer com que as empresas parem de produzi-lo estado, elevando o preço da gasolina para o consumidor.

“Deve sim ter aumento no preço da gasolina, porque a partir do momento que se desestimula a produção do anidro aqui em Goiás, você leva a crer que esse anidro ou, em alguns casos, a gasolina venha a ser comprada em outros estados com a questão do frete, é natural que haja um acréscimo de preço para estes produtos”, analisa. 

Segundo o Sifaeg/Sifaçúcar, nos últimos 20 anos, foram investidos mais de R$ 20 bilhões por meio dos programas Fomentar e Produzir no setor de produção de açúcar e etanol em Goiás. Para André Rocha, a retirada de 100% dos incentivos fiscais para a produção de etanol anidro pode comprometer a segurança jurídica e os investimentos para produção do alcool a partir do milho no estado.

“Vamos torcer para que haja bom senso, para que as pessoas vejam que há 60 mil empregos em jogo, mais de 4 mil fornecedores e parceiros agrícolas. Temos 24 municípios em que o maior empregador é o setor, além de outros 5 onde as usinas estão instaladas, além de outros 21 onde há uma incidência de ICMS por conta da cana”, avalia. 

O projeto de revogação dos incentivos é de autoria do deputado Humberto Aidar (MDB). Agora, caso haja um acordo, a emenda de revogação dos incentivos deverá ser apresentada no plenário, para depois retornar à CCJ.