O preço do gás de cozinha sofreu nesta semana o sexto aumento só em 2021. Agora, o botijão de 13 quilos fica 6% mais caro. A sequência de altas no valor do produto já resulta em queda nas vendas. É o que explica o presidente do Sindicato das Empresas revendedoras de Gás e Região Centro-Oeste (Sinergás), Zenildo Dias do Vale.

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“Nesse ano a queda de vendas foi de 18% a 20%. Hoje o gás está avaliado de R$ 95 a R$ 105 para entregar, e no Estado de Goiás está variando de R$ 105 até R$ 120. A gente fica chateado porque é muita gente que não tem o dinheiro para comprar o gás, e nós não podermos tirar um tostão nosso, porque se tirar vamos quebrar”, afirma em entrevista à Sagres nesta quarta-feira (7).

Assista à entrevista a partir de 02:17:00

Somado aos cinco aumentos dos meses de janeiro, fevereiro, março, abril e junho o percentual atinge 33% de acréscimo a tabela. No último, ocorrido em maio, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) classificou o reajuste como inadmissível. Para o presidente do Sinergás, é justamente o governo federal o maior culpado das altas do gás.

“A nossa demanda é ainda maior porque a gente precisa comprar mais caro e vender mais caro. Nós não somos culpados. O culpado é o governo. O gás é cotado é dólar, e nós estamos vendendo o nosso produto, que é tirado aqui no Brasil, em dólar”, avalia.

Em nota, a Petrobras destaca que “o preço final do gás natural ao consumidor não é determinado apenas pelo preço de venda da companhia, mas também pelas margens das distribuidoras”. Zenildo Dias do Vale ressalta que não cabe aos revendedores, que já têm o prejuízo, reduzir o preço do botijão repassado ao consumidor.

“Quem vendia 30 botijões por dia, passa a vender 20. Quem vendia 40, passou a vender 25. Se jogar o preço [do botijão] para baixo, ele sai do mercado”, conclui.