O Vila Nova estreia no Brasileiro Série B, diante do Botafogo, jogando no Onésio Brasileiro Alvarenga. A partida acontecerá no dia 28 ou 29 de maio e na tarde de ontem(25), foi realizado o conselho técnico da competição. O presidente executivo do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, concedeu entrevista coletiva ao Sistema Sagres de Comunicação e falou sobre um dos temas abordados na reunião, a limitação de dois técnicos na Série B.

O clube que iniciar a competição com um treinador, só poderá fazer uma demissão e caso precise mudar novamente, terá que contar com o auxiliar permanente do clube, para o término do campeonato. Vila Nova e Londrina foram os únicos votos contrários à regra e o presidente colorado explica o motivo.

“Fomos votos contrários nessa limitação da quantidade de treinador, primeiro, porque a gente entende que isso, é algo que chega a ser interferência na gestão do clube. Você limitar a quantidade de profissionais, no caso o treinador que vai estar à frente do clube para um campeonato, acho temeroso. Falo isso tranquilo, porque se tirarmos por base as duas competições nacionais que disputamos, uma como presidente e outra como diretor, em 2015 não fizemos troca de treinador e em 2020/2021, fizemos uma troca. Então seria até cômodo a gente falar, por nos enquadrar tranquilamente nessa regra”, analisou Hugo.

Ainda no mesmo tema, Hugo Jorge Bravo voltou a ressaltar que essa limitação é como uma espécie de interferência no trabalho dos clubes. “Vejo que isso interfere, você não consegue ter a formula mágica do sucesso no futebol. Às vezes por mais criterioso que seja, você traz uma comissão técnica que pode não dar certo e temos inúmeros exemplos de treinadores que vão pra uma equipe e dão certo, e as vezes o mesmo treinador não dá certo em outro lugar. Então, você não pode ficar preso a essa situação”.

Comparações

Hugo Jorge Bravo revelou ainda, que o presidente de um clube rebaixado na temporada passada, defendeu a limitação, mesmo tendo feito várias trocas no comando do time, em 2020. “Ontem um presidente de um clube que estava na Série A no ano passado, defendeu a tese da limitação das demissões. Falou que no clube dele tem muito critério pra contratar e que entende ser válido. Um time grande assim tinha que estar era na Libertadores e aí a gente vai ver, eles fizeram quatro trocas de técnicos”.

Finalizando esse tema, o mandatário colorado usou o Grêmio como exemplo sobre limitação de troca de técnicos. O clube gaúcho votou contra a limitação e tem no comando Renato Portaluppi, que comanda o tricolor initerruptamente, desde 2016.

“Então, é uma coisa eu sinceramente, não consigo entender. O próprio Grêmio que defendeu a liberdade na troca de treinador, e é o clube nas duas divisões, que tem o técnico com maior tempo de trabalho. Talvez essa minoria seja a que está caminhando mais na lógica, mas enfim, é uma decisão, a maioria prevalece. Estamos muito confiantes no trabalho do Wagner Lopes aqui no clube e esperamos que ele permaneça conosco até o fim da competição, e tenha muito sucesso”, destacou Hugo Jorge Bravo.

Volta do público

Outro tema abordado com o presidente Hugo Jorge Bravo, foi a questão da volta do torcedor aos estádios. Na temporada passada, o presidente chegou a expor sua opinião em relação a isso, já que vários setores estavam liberando a presença de pessoas, menos o futebol. Para Hugo, deveria haver um controle sobre quem está imune, para permitir que essas pessoas possam frequentar os estádios de futebol.

“Eu não entendo do por que, não se começa a pensar em liberdade pra quem já teve a COVID. Que se crie uma ideia de um passaporte, alguma coisa. A gente fecha tudo, mas temos que lembrar que reinfecção é o mínimo do mínimo, isso se na primeira vez, não tiver sido um falso positivo. A pessoa que já teve a vacina, não pode gozar do benefício de já ter sido imunizada, então, qual seria o problema hoje, de abrir o público pra quem já teve a COVID? Lógico que o controle disso é difícil e pode ser até um devaneio da minha parte. Mas porque essa pessoa não pode ir numa igreja, num barzinho, ter uma vida normal? E olha que já passou por todos os riscos do vírus. E a pessoa que vacinou, em tese, estaria imunizada”.

A opinião é particular de Hugo Jorge Bravo, o próprio presidente destaca que esse tema sequer foi discutido no conselho técnico da CBF. O presidente fala temer ser infectado e afirma ser necessária uma linha de crédito aos clubes, caso o futebol pare novamente.

“É uma discussão que ainda não foi tratada, eu particularmente penso que já de pronto, deveria abrir pra quem imunidade. Tenho receio de pegar essa doença, se é que já não peguei. Mas tenho receio, apesar de fazer os testes, é uma doença perigosa, silenciosa e que muda seu quadro do dia pra noite. Mas penso que o binômio economia, precisa fluir. Se for pra fechar tudo, tem que ter subsidio em relação a isso. Se não tiver jogo, tem que ter linha de crédito pros clubes, não tem como se sustentar assim”.

Finanças

Ainda nesse assunto, Hugo Jorge Bravo lembrou das dificuldades financeiras vividas pelo Vila Nova, principalmente, no que diz respeito a penhoras de receitas. Hugo revela queda na adesão e permanência do sócio torcedor e mesmo considerando uma volta do público aos estádios, entende ser algo pra daqui alguns meses, já que o momento é de crise no estado, por conta da pandemia.

“Já temos penhora de patrocínio, na fonte, já fica penhorado 30%. Penhora de cota de televisão e a gente ainda não poder contar com o que temos de melhor, que é nossa torcida. Sócio Torcedor nosso, caiu 70%. A entrada no estádio é o que mais chama a atenção do torcedor, nos planos de sócios. Os 30% que permanecem, até falei pro pessoal, que a gente tinha que fazer uma placa pra eles no OBA. Falar de retorno agora é complicado, estamos vivendo um período delicadíssimo da pandemia, principalmente aqui no nosso estado. Mas na medida que os números forem baixando, daqui uns dois ou três meses, é necessário voltar à essa discussão”, finalizou Hugo Jorge Bravo.