Um trabalho acadêmico, com uma linguagem de difícil compreensão e um assunto complexo, não é atrativo a todo tipo de público. O principal deles, sem dúvidas, é o jovem. Mas e se isso for levado para o metaverso?

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A tese de doutorado do Lúcio Boggian, porém, é a primeira ter a apresentação virtual nesse formato. O tema é eficiência energética, alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). O título: “Governança e meio ambiente: energia fotovoltaica e a contribuição para a agenda global por meio dos objetivos de desenvolvimento sustentável na UniEVANGÉLICA”.

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Usina fotovoltaica da universidade em Anápolis (Foto: Instagram/@unievangelica/@skymovie_vm)

“Trazer isso para o metaverso e apresentar aos examinadores uma experiência interativa em que eles pudessem viver por dentro o que é o assunto da tese, seria o melhor caminho. A ideia foi passar a apresentação, de um modelo simplesmente expositivo, para um modelo interativo.

Imersão

Segundo Boggian, todos os integrantes da banca receberão um óculos de realidade virtual para imergir na apresentação da tese. O trabalho, contudo, também pode ser acompanhado à distância, pela internet.

“Ela será feita em ambiente de realidade virtual 100% imersivo, ou seja, todos nós estaremos dentro do ambiente usando óculos de realidade virtual e interagindo dentro desse ambiente no metaverso”, explica Boggian.

Conforme o doutorando, trazer aos olhos da juventude temas como os ODS em um novo formato, como no uso da inteligência artificial, podem inspirar futuros cientistas. Para Boggian, entretanto, o mundo “figital”, ou seja, físico e digital, tão explorado pelos jovens todos os dias, já é um caminho sem volta.

“A gente começa uma conversa no WhatsApp e termina em outro ambiente, até mesmo presencialmente. Então nós não temos essa separação. O exemplo que temos visto da adoção da tecnologia pelos nossos jovens é uma prova irrefutável de que esse tipo de tecnologia aumenta a aprendizagem, aumenta a interação e, principalmente, o interesse”, analisa.

Lúcio Boggian (Foto: Linkedin)

Metaverso

Para quem nunca ouviu falar, metaverso é o termo que indica um tipo de mundo virtual que tenta replicar ou simular a realidade através de dispositivos digitais. Além disso, trata-se de um espaço coletivo e virtual compartilhado, constituído pela soma de “realidade virtual”, “realidade aumentada” e, “Internet”.

“É o caso dos games, por exemplo. Trazer para dentro da universidade, da ciência, pode abrir o horizonte para um público que talvez não tivesse o menor interesse sobre isso. Consequentemente, os assuntos abordados podem se tornar mais interessantes e aumentar o engajamentos deles com a sociedade em geral”, avalia Boggian, que é diretor administrativo da Associação Educativa Evangélica (AEE). A entidade é mantenedora da Universidade Evangélica de Goiás – UniEVANGÉLICA.

Maior usina fotovoltaica urbana do país

Lúcio é orientando do professor doutor Sandro Dutra e Silva, pró-reitor de pós-graduação, pesquisa, extensão e ação comunitária da UniEVANGÉLICA. O objetivo geral da pesquisa, no entanto, é analisar os processos históricos, econômicos, administrativos e ambientais que envolvem a governança organizacional e ambiental da AEE.

“Nossa usina, de 1 MWp (megawatt-pico) de capacidade, é o próprio laboratório. Trazemos os alunos, trazemos cursos para dentro da usina”, afirma Boggian. “Em um país como o nosso, banhado pelo Sol como é, à medida em que a gente consegue desenvolver melhores painéis e consegue um rendimento melhor, o custo de um kilowatt (kW) gerado cai muito. Ela permite ainda que façamos a geração distribuída. Ou seja, eu não preciso de uma grande usina para abastecer uma cidade, desde que eu tenha um múltiplo grande de usinas pequenas, microusinas, a gente consegue gerar dentro da própria rede a sustentabilidade energética para aquela cidade”, complementa.

A apresentação da tese ocorreu nesta quarta-feira (12), às 14h.

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