Nesta terça-feira (11), o governador se reuniu com representantes de órgãos escolares e de demais instituições do estado para debater ações práticas de segurança para prevenção de possíveis ataques nas escolas. A demanda se tornou urgente após a escalada de casos de violência em envolvendo alunos e professores ao longo dos últimos dias.

Entre exemplos de medidas práticas para segurança, está a autorização para vistoria de materiais de estudantes e instalação de detectores de metais nas escolas goianas.

Além disso, também participaram do debate o vice-governador Daniel Vilela, a secretária de educação Fátima Gavioli e o secretário de Segurança Pública, Renato Brum.

Articulação

Antes do evento, enquanto participava da inauguração de obra pública na capital goiana, Caiado comentou sobre os esforços empenhados para conter a violência.

“Ontem pela manhã a inteligência da nossa Polícia Civil conseguiu fazer a prisão de um jovem de 16 anos, que ameaçava praticar atos terroristas em duas escolas em Rio Verde”, declarou o governador.

Segundo Caiado, a Delegacia de crimes cibernéticos foi a responsável pela prisão. De acordo com ele, o estado tem contato com o apoio de ferramentas da inteligência artificial para conter ameaças e identificar possíveis suspeitos. No entanto, ele ressaltou que para medidas mais efetivas, é preciso contar com maior apoio de dados fornecidos pelas empresas de redes sociais.

“Se eles são capazes de rastrear até o que nós consumimos, por que eles não podem rastrear também o que está sendo feito?”, indagou.

Responsabilidade

Durante fala sobre o assunto, Ronaldo Caiado destacou o impacto dos últimos eventos em pais e comunidades escolares de todo o país, e ressaltou que em Goiás, o tema é o centro das movimentações do governo nos últimos dias.

“Já estamos há quase oito dias reunidos tentando fazer uma política preventiva”, afirmou o governador.

Além disso, destacou a responsabilidade da família no enfrentamento de novos casos de violência nas escolas.

“Não é possível admitirmos que os pais, que sabem muito bem que têm o direito de ter acesso a todos os conteúdos das redes sociais de seus filhos, aleguem desconhecimento do que está ocorrendo”, afirmou.

Sobre isso, o governador afirmou em coletiva com imprensa que apresentará projeto de Lei para deputados com o objetivo de exigir maior responsabilidade por parte de grupos responsáveis por empresas de tecnologia.

Nesse sentido, Caiado afirmou que o estado pensa em atribuir medidas que responsabilizem os pais pelo o que chamou de “omissão ou conivência com os crimes cometidos” pelos seus filhos.

Em relação a medidas para punição, também destacou que responsáveis por redes sociais também deverão ser alvos de aplicações mais severas. De acordo com ele, um projeto será encaminhado para a Assembleia Legislativa.

Sala de aula

Além disso, Caiado afirmou que o governo se mobiliza para que professores recebam a permissão de realizar vistoria nos materiais levados pelos alunos na escola. Sobre isso, o representante destaca que ainda não se sabe se medidas serão definitivas, mas que são necessárias diante do que classificou como momento de pânico.

Nos últimos dias, mensagens que avisam sobre um possível ataque planejado em escolas de todo o país. Sobre esse assunto, Ronaldo Caiado ressaltou que professores estão sendo instruídos a estarem nas portas das escolas para receber a comunidade de estudantes.

“Não podemos nos curvar a esses que acham que podem fazer ameaças em redes sociais”, alertou.

Esforços redobrados

De acordo com o governador do estado, a polícia do estado recebeu autorização para liderar buscas nas residências de jovens suspeitos. Além disso, o estado acionou a Procuradoria Geral do Estado de Goiás (PGE-GO) e a Casa Civil do governo para elaboração de legislação para assegurar medidas planejadas.

Para as modificações nas estruturas das escolas, Caiado destacou a autorização para compra de detectores de metais e ressaltou impasses para implementação de modificações.

“Daqui a pouco o pai ao invés de estar levando um filho para o colégio, está levando o filho para um presídio”, comparou ao destacar acréscimos como estruturas de arames em muros de escolas.

Motivações

Um dos pontos de grande debate sobre o assunto de violência nas escolas é a tentativa de encontrar razões centrais para as motivações dos agressores. Nesse sentido, Caiado destacou a dificuldade em providenciar respostas definitivas.

“São várias hipóteses levantadas. Uns buscando talvez a fama, outros tentando criar situações de pânico. Outros tentando promover ataques em datas que teriam avaliações”, ponderou.

Violência em Goiás

Em relação às notificações de possíveis ataques de violência em escolas do estado, o governador ressaltou que municípios como Porangatu, Luziânia e Caldas Novas, além do mais recente caso em Rio Verde, emitiram notificações. No entanto, todos os casos conseguiram ser contidos antes de repercussões mais graves.

Como forma de assegurar maior tranquilidade aos pais em meio a um cenário de incertezas, Caiado destaca as medidas relacionadas à estrutura física de proteção, além de articulação com profissionais de segurança e profissionais da educação.

“Não tem a tese de que não pode fazer nenhum contato com a criança, de não invadir a sua privacidade. Neste momento, isso é uma agressão a todos os pais que estão preocupados com a segurança de seus filhos”, pontuou.

Por considerar o cenário atual urgente, Caiado destacou que o estado está priorizando medidas mais rápidas.

“Não podemos de maneira nenhuma aguardar o sancionamento de leis federais e estaduais. E nossas crianças cada vez mais inseguras e os pais mais inquietos”, finalizou.

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