Goiás registrou 144,4 mil “empregos verdes” em 2021, um aumento de cerca de 400 vagas em seis anos. O número representa 9,1% do total de empregos no estado. Essa proporção caiu 0,48% em relação a 2015, quando representava 9,5% do total. A média de empregos verdes no Brasil ficou em 8,6% em 2021. Enquanto Goiás registrou um leve aumento no número total de vagas, o número total dos empregos sustentáveis no Brasil caiu de 4,3 para 4,1 milhões.

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o termo “emprego verde” é utilizado para designar postos de trabalho em atividades econômicas que se encaixem nos seguintes quesitos: contribuir para limitar emissões de carbono; recuperar ou conservar a qualidade ambiental; diminuir a necessidade de energia e matérias primas; reduzir o impacto das empresas e dos setores econômicos a níveis que sejam considerados sustentáveis.

As políticas públicas associadas aos programas de emprego verde devem promover uma transição socialmente justa para uma economia mais sustentável, capaz de gerar trabalho em atividades econômicas consideradas “verdes”, como o manejo florestal sustentável, a reciclagem de resíduos e a produção de energias renováveis. 

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Pesquisa

Em relação aos últimos 11 anos, o Brasil registrou aumento de 241 mil “empregos verdes”. A proporção desses postos de trabalho em relação ao total de vagas ocupadas no País se manteve estável, na casa dos 8%. Nesse mesmo período, Goiás caiu da primeira colocação para a oitava posição no ranking nacional. Isso porque os postos de trabalho sustentáveis no estado reduziram de 186,1 mil para os 144,4 mil do último levantamento, o que representa uma queda de 5% na proporção de empregos verdes, entre 2010 e 2021.

O estudo foi desenvolvido pelo Instituto Mauro Borges (IMB) a partir de dados coletados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério Público do Trabalho (MPT). Os estados com a maior proporção de empregos verdes em 2021 foram Acre (16%) e Rio de Janeiro (11%).

A média salarial para empregos verdes em Goiás foi de R$ 3,3 mil. Santo Antônio de Goiás e Urutaí são os municípios que lideram o ranking estadual, com remuneração média de R$ 12,7 mil e R$ 11,1 mil, respectivamente.

Lista dos dez municípios com a maior média salarial de empregos verdes em Goiá

Gênero e faixa etária

De acordo com dados da RAIS, em 2021, no que se refere às características pessoais dos trabalhadores das atividades típicas do emprego verde, a maioria dos trabalhadores de Goiás é homem (63%). Nos demais setores, a maior parte também pertence ao sexo masculino, porém em percentual menor (55%). Essa mesma tendência é verificada nos dados para o Brasil, onde prevalecem homens em empregos verdes (62%) e nos demais setores (55%).

Tanto em Goiás quanto no Brasil, a maior parcela dos trabalhadores nos empregos verdes possui o ensino médio completo, representando 48,5% e 48,8%, respectivamente, valor proporcionalmente menor que o verificado para os demais setores (52,40% e 51,79%).

Energia e agropecuária

Principal setor da economia brasileira, agronegócio também é um dos maiores emissores de carbono, desmatamento, desertificação do solo e poluição dos lençóis freáticos

O setor energético é um dos destaques na geração de empregos verdes. A queima de combustíveis no setor de transportes está entre as maiores fontes das emissões de gases de efeito estufa. Uma das alternativas a essa fonte de energia, o setor de biocombustíveis se destaca na geração de postos de trabalho ligados à economia verde. 

O setor agropecuário, principal responsável pelas mudanças no uso da terra e das florestas, responde isoladamente por 76% das emissões brasileiras de dióxido de carbono (CO2), segundo dados do 2º Inventário Nacional de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa de 2010. A agricultura de baixo carbono ainda é um sistema pouco utilizado no Brasil, mas que se apresenta como alternativa para a degradação ambiental provocada pelo agronegócio.