JOANA CUNHA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
– O MPF (Ministério Público Federal) reforçou nesta terça-feira (22) o seu pedido de condenação do deputado federal Aécio Neves (PSDB) com a perda do mandato pelo crime de corrupção passiva.

Os pedidos foram feitos nas alegações finais apresentadas pelo MPF na última etapa do processo antes do julgamento. O órgão pediu ainda a devolução de R$ 2 milhões e o pagamento de R$ 4 milhões pelo deputado para reparação de danos morais.

No documento, o MPF solicitou a absolvição do parlamentar em relação ao crime de obstrução de justiça, porque não ficou comprovada a hipótese de que ele direcionou delegados da Polícia Federal para atuar a seu favor.

O tucano é acusado de receber R$ 2 milhões de Joesley Batista, em 2017, quando era senador.

Segundo o processo, a intenção do ex-presidente da J&F com os pagamentos era comprar boas relações com Aécio e tê-lo como aliado.

A ação foi aberta no Supremo Tribunal Federal em abril de 2018, mas foi encaminhada à primeira instância da Justiça Federal.

Procurada pela reportagem, a defesa de Aécio Neves disse que o Ministério Público Federal reconheceu os equívocos das acusações formuladas originalmente pela procuradoria-geral e pediu a absolvição do deputado pelo crime de obstrução de justiça.

Segundo a defesa do deputado federal, foi ignorado no pedido de condenação do MPF o fato de que os delatores, quando ouvidos em juízo, “afastaram qualquer ilicitude envolvendo o empréstimo” feito a Aécio.

“As provas deixaram clara a inexistência de qualquer crime e a defesa aguarda, com tranquilidade, a apreciação pelo Poder Judiciário”, afirmou a defesa em nota.