Em 2023, o Brasil estabeleceu um novo marco ao alcançar um recorde na produção de energia renovável, impulsionado pelo sol, vento e água, recursos naturais abundantes no país. Segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o Brasil gerou 70.206 megawatts médios de energia através de suas usinas hidrelétricas, eólicas, solares e de biomassa.

Esse volume representa uma fatia impressionante de 93,1% de toda a eletricidade produzida durante o ano, o maior percentual já registrado na história do país. Alexandre Ramos, presidente do Conselho de Administração da CCEE, destaca que esse cenário reforça o papel de liderança do Brasil na transição energética global.

“Temos alguns dos melhores ventos do mundo e uma insolação ímpar, que nos colocam em destaque no cenário internacional. Nos próximos anos, a abertura do mercado livre de energia para toda a alta tensão, já operacionalizada desde janeiro, deve impulsionar ainda mais a demanda por energias renováveis.”

Fonte: Câmara de Comercialização de Energia Elétrica

Outros números

As hidrelétricas, que compõem cerca de 58% da capacidade instalada da matriz energética brasileira, contribuíram com quase 50 mil megawatts médios para o Sistema Interligado Nacional (SIN), registrando um crescimento de 1,2% em comparação com o ano anterior.

Essas usinas encerraram o ano com níveis de reservatório confortáveis, preparando-se para enfrentar o período seco de 2024, graças às condições hídricas favoráveis dos últimos dois anos e ao suporte das fontes alternativas, como eólica e solar.

Os parques eólicos e fazendas solares em todo o Brasil produziram mais de 13 mil megawatts médios, um aumento de 23,8% em relação ao ano anterior, impulsionado por condições climáticas favoráveis e pela expansão da capacidade instalada. A geração de energia a partir da biomassa também registrou um leve aumento de 9,6%, totalizando 3.218 megawatts médios.

Além disso, o segmento de micro e minigeração distribuída, representado por instalações de painéis solares em residências e estabelecimentos comerciais, experimentou um crescimento significativo, elevando a capacidade instalada para 25.818 MW ao final de 2023, um avanço de 42,5% em relação a 2022.

Impactos positivos

Essa expansão na geração de energia renovável não apenas reduz a demanda no Sistema Interligado Nacional, mas também tem impactos positivos no meio ambiente, como demonstrado pela diminuição do índice de emissão de carbono, atingindo a menor taxa dos últimos 11 anos em 2023, com 38,5 kg de dióxido de carbono por megawatt/hora (MWh) gerado, de acordo com o SIN.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) destaca que o uso crescente de energia limpa confere vantagens estratégicas para a indústria brasileira, não apenas por seu menor impacto ambiental, mas também por sua maior eficiência econômica, refletindo em preços finais de produção mais competitivos.

“O Brasil se encontra na vanguarda da transição energética, com elevada participação de fontes renováveis na matriz energética, e segue em uma trajetória sustentável, ampliando e diversificando, cada vez mais, o uso dessas fontes limpas e renováveis”, destaca Roberto Muniz, diretor de Relações Institucionais da CNI.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 07 – Energia Limpa e Acessível; ODS 13 – Ação Global Contra a Mudança Climática

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