O que você faria se a profissão que você exerce hoje ou que pretende exercer não existisse mais amanhã? Esta é uma preocupação de jovens aprendizes que participaram da live da Arena Repense na última semana.

Especialistas convidadas avaliaram a transformação digital no mercado de trabalho que foi acelerada com a pandemia da Covid-19.

A análise é que o impacto não foi apenas no dia a dia das empresas, mas também na estrutura de carreira dos colaboradores das corporações.

Competências

Para a diretora da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), Sandra Gioffi, há competências que podem ser convergidas.

“Não tem como saturar uma determinada função ligada a tecnologia. Existe um estudo muito grande do Fórum Econômico Mundial que traz inclusive no site deles a informação das profissões que terão muito mais procura até 2050 e quais as outras que serão buscadas ou demandadas” disse.

“E todas as áreas voltadas para a tecnologia estão numa demanda de mercado, mas ela sozinha não adianta, há muito trabalho para fazer na sua formação na sua vida”, completou.

Para Sandra, não haverá saturação porque a tecnologia está numa crescente e não terá volta. “Ela é sim um meio de negócio, de desenvolvimento, de apoio. Durante a Covid o que seria da gente sem a tecnologia”, informou.

A jovem Raíssa Rossi Sangaletti, argumentou na live que a “computação tem começado a perder aquele ar de coisa nova que pouca gente conhece, mas não significa que irá saturar”.

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Desenvolvimento de habilidades

Para a diretora de Desenvolvimento e Avaliação do Centro de Educação, Trabalho e Tecnologia (CETT), Aletheia Cruz, não basta a pessoa evidenciar suas habilidades técnicas.

Ela entende que é necessário mostrar que domine as habilidades comportamentais necessárias, desenvolvendo competências e habilidades.

“E saturar ou não uma área diz respeito a capacidade de as pessoas se adaptarem com as tendências daquela área”, avalia.

Aletheia informa que na pesquisa no campo acadêmico é possível identificar várias situações.

“O que a gente percebe aqui dentro da universidade dialogando isso é que as profissões do futuro estão conectadas com a possibilidade nós identificarmos carreiras com tendência de valorização futura e a questão do desenvolvimento de habilidades e competências do indivíduo e identificar o que será necessário para atuar nessas áreas”, disse Aletheia.

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Preparo

A diretora entende que a questão da saturação, na posição que a gente está hoje é curiosa. Para ela, não se imagina em muitos casos, que algo pode ou não acontecer.

“Mas, quando a gente volta no passado, provavelmente o datilógrafo não imaginava que ele poderia ser substituído pelo digitador e realmente a gente está num mundo dinâmico”, relatou.

Aletheia Cruz avalia que outra questão importante é a interdisciplinaridade. Ela afirma que o jovem pode ter contato com uma área, mas que isso não significa que não vá a se conectar com outra.

“O indivíduo que mexe nessa área tecnologia pode ter um conhecimento prévio, básico, dessas linguagens, mas posso atuar, por exemplo, em um mecanismo diferente na área de tecnologia, ter conhecimentos na área de arquitetura, engenharia, aliada da tecnologia. Há uma interdisciplinaridade entre as áreas”, argumentou.

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