Nove anos depois a promoção da nota fiscal deve retornar ao cotidiano dos clubes de futebol, só que agora apenas com os da capital e em um projeto que tem a iniciativa da Prefeitura de Goiânia. A informação é do repórter Rafael Bessa e foi confirmada pelo vereador Romário Policarpo, presidente da Câmara Municipal de Goiânia.

A intenção é que a população troque as notas fiscais em um convênio entre a Prefeitura, através da Secretaria de Esportes do município, a Federação Goiana de Futebol e também Atlético-GO, Goiás, Goiânia e Vila Nova.

“Nós defendemos uma metodologia para que o esporte se espalhe em Goiânia e a intenção é que isso seja feito através dos clubes de futebol. A ideia é voltar o projeto da troca da nota fiscal envolvendo a Federação Goiana de Futebol, possibilitando as pessoas a participarem de diversos sorteios. Os clubes receberiam um aporte financeiro e em troca disso eles dariam vagas de escolinhas para crianças carentes da cidade. A Prefeitura de Goiânia faria essa ajuda que os clubes tanto precisam nesse momento e a contrapartida seria de cunho social”, explicou Romário Policarpo.

Apesar de ser algo embrionário, a avalição que o vereador faz é que o poder público terá menos gastos fazendo essa parceria do que se investisse no projeto sozinho. De acordo com ele, a previsão é que cada clube receba de R$ 600mil a R$ 1 milhão, e se a Prefeitura de Goiânia bancasse a iniciativa sozinha, gastaria de R$ 5 milhões a R$ 6 milhões, já que teria que investir também em estrutura para receber cerca de mil jovens.

“Para a Prefeitura também é mais barato. Para criar essa quantidade gigantesca de vagas, que era uma ideia do Governo, seria um aporte financeiro muito maior do que fazer isso através dos clubes de futebol. A ideia é que isso possa ser desenhado e feito o mais rápido possível, para que tanto a Prefeitura de Goiânia possa ter esse novo trabalho de cunho social, mas também os clubes de futebol nesse momento de pandemia possam ter essa ajuda”, destacou.

A contrapartida já é utilizada para que os clubes tenham a isenção no pagamento do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), no entanto o presidente da Câmara ressaltou que no momento poucas vagas são oferecidas e que a intenção é expandir o trabalho da iniciação esportiva para que cerca de mil vagas sejam geradas.

“Existe uma cota sim, até muito pequena, que é algo que tem que ser revisto porque os clubes goianos são entidades que não tem fins lucrativos e mesmo assim a prefeitura cobra diversos impostos que não deveriam ser cobrados. Mas essas vagas de crianças carentes ainda são feitas de forma muito tímida. O Vila Nova, se não me engano, não chegou a oferecer nem 100 vagas. A intenção é que os projetos de iniciação esportiva que existiam na capital há 15 anos atrás sejam reativados e a maneira que desejamos para que isso aconteça de forma mais rápido e eficaz é através dos clubes de futebol que têm suas instalações espalhadas pela cidade”, frisou.

O uso da nota fiscal na iniciativa é uma forma de fomentar o comércio e a economia local, e segundo Romário Policarpo, depende neste primeiro momento de uma união dos clubes e das entidades envolvidas. No entanto ele lembra que o país vive um momento crítico da pandemia da covid-19 e que por isso as escolinhas não estão funcionando, um problema para a concretização do projeto, já que a Prefeitura de Goiânia não abrirá mão da contrapartida para liberar o aporte financeiro.

“É uma contrapartida que não tem como a Prefeitura de Goiânia abrir mão, então os clubes que necessitam dessa ajuda vão precisar rever como irão fazer para ativar essas vagas. Hoje, por exemplo, o Vila Nova tem as categorias de base que entram nessas vagas. Nesse momento vivemos em uma pandemia, sabemos que nenhuma escolinha de futebol vai voltar agora, então os clubes vão ter tempo para se prepararem para receber esses jovens que precisam dessas vagas”, disse à Sagres.

Ouça a entrevista de Romário Policarpo e saiba mais detalhes: