O projeto SER Goiás, programa pedagógico digital que tem fortalecido o reforço escolar no ensino fundamental, passou por uma importante etapa de expansão na última segunda (8) e terça-feira (9), em Goiânia. O Fórum CRESCER promoveu formação, capacitação, apresentações artísticas e troca de experiências entre 120 coordenadores, assessores pedagógicos e professores representantes das 40 regionais.
O projeto foi desenvolvido pela Secretaria de Educação de Goiás (Seduc) durante a pandemia de Covid-19, com o objetivo de criar conteúdos de maneira lúdica e criativa para o estudo em casa. Após o sucesso da iniciativa, o SER Goiás se estabeleceu como uma importante ferramenta de reposição da aprendizagem no ensino fundamental. O Fórum CRESCER foi o primeiro encontro presencial destinado à formação dos profissionais e contou com a participação da secretária de Educação de Goiás, Fátima Gavioli.
O evento foi dedicado ao fortalecimento da cultura digital aplicada à recomposição das aprendizagens por meio de tecnologia, com metodologias lúdicas que fortaleçam o ensino presencial e o reforço escolar. Além do curso de manipulação da plataforma, os profissionais da educação participaram de atividades que estimulam a resolução de conflitos através de uma linguagem não violenta.

Capacitação
A secretária de Educação celebrou o sucesso do projeto e ressaltou a importância do investimento na capacitação dos profissionais da educação. “Não tem como fazer a recomposição de aprendizagem sem que a gente faça uso das tecnologias. Mas não basta só você usar as tecnologias. Você tem que utilizar as metodologias de aprendizagem voltadas para o uso das tecnologias, porque, se não, você vai entregar um celular, um tablet, um notebook, o aluno vai levar isso pra casa e vai fazer o quê?”, questiona Gavioli.
“Para que essa transmissão de conhecimento aconteça, o homem, o ser humano precisa estar totalmente imbuído do desejo de ensinar”, completou a titular da Seduc. Ela também ressaltou que a plataforma garante que os estudantes não fiquem sem aulas quando o professor precisa se ausentar por motivos pessoais, por exemplo. “O SER Goiás nos ajuda para que o aluno tenha aula durante esse período até que a gente consiga colocar um (professor) substituto”, conclui Gavioli.
A plataforma digital do SER Goiás tem apoio do Sagres Educa, uma iniciativa da Fundação Sagres. Vinicius Tondolo, diretor do Sagres Educa, explica que a capacitação e estímulo aos professores é fundamental para a evolução do projeto. “O professor é peça chave pra que esses projetos funcionem e o SER Goiás está aqui para que o professor possa se livrar de atividades burocráticas e que ele possa ter segurança de uso de conteúdo, usar ferramentas lúdicas, mediação tecnológica para suas aulas, mas que ele ganhe tempo para novas metodologias, para que ele possa se atualizar, trazendo inovação, entretenimento e curiosidade para os alunos poderem estudar se divertindo.”
Leia mais:
Sagres Educa: saiba como ensinar ODS em escolas
Arena Repense: Nativos digitais provocam explosão por cursos tecnológicos e mudanças na Educação
Mediação tecnológica
Com foco principal no reforço escolar, a plataforma permite que o estudante acesse novamente um conteúdo ou atividade ministrada em sala de aula, assista à vídeoaulas personalizadas e ainda seja acompanhado virtualmente pelo professor. A superintendente de Ensino Fundamental e Educação Infantil da Seduc, Giselle Faria, explica que os alunos podem revisar qualquer conteúdo, até mesmo de anos anteriores.
“Se (o estudante) tem dificuldade de alguma coisa que ele perdeu no bimestre passado ou no ano passado, ele tem a oportunidade de digitar o que ele precisa aprender, o professor pode orientar, voltar, refazer e aprender para poder seguir com seus pares dentro da sala aprendendo. Isso é muito importante porque você pode aprender a qualquer hora determinado conteúdo que ficou para trás ou então seguir reforçando o que o professor ensinou”, explica Giselle.

Além da qualidade e interatividade, a maneira como os conteúdos são apresentados aos na plataforma é pensada estrategicamente para que os estudantes tenham uma experiência diferente em relação ao primeiro contato com aquela matéria. A líder de educação do Sagres Educa, Kelly Bittencourt, explica que a adequação do formato à realidade da geração atual é outro ponto fundamental para a eficiência da reposição de aprendizagem.
“A gente vive numa geração que não aprende mais da forma como a gente aprendia anos atrás, com um ensino exclusivamente tradicional em que o professor falava e o aluno ouvia. Ele, hoje, tem muitas referências, sobretudo no universo digital. São estudantes que estão conectados à internet, que sabem que podem acessar o Youtube e encontrar um tutorial, encontrar uma dica para alguma coisa que eles querem explorar. São estudantes mais autônomos. Com esses recursos digitais, eles têm uma relação de interesse genuíno”, afirma.
Projeto 2023
Neste ano, o projeto propõe a ampliação da produção de conteúdo, a construção de uma série baseada na metodologia projeto de vida, ferramentas interativas na plataforma, a ampliação destes conteúdos em TV aberta e a realização de eventos de formação pedagógica para professores da rede estadual. De acordo com Vinicius Tondolo, os alunos que utilizam a plataforma apresentam, em média, um desempenho 14% superior aos que não usam, mas nem todos conseguem acompanhar.
“Têm alunos ficando pra trás e em 2023 o nosso foco é neles, por isso a gente tem buscado metodologias de tecnologia, de inteligência artificial, de recomendação de conteúdos, organizando os alunos em níveis e assim podendo respeitar o repertório deles. Aqueles que têm dificuldades vão receber conteúdo personalizado e a partir daí eles passam a ter uma experiência própria de educação respeitando o seu repertório, as suas próprias dificuldades, o seu tempo, a sua realidade, o contexto que ele está inserido”, explica o diretor do Sagres Educa.
