A Corregedoria-Geral do Ministério Público deu início na manhã desta segunda-feira (16/4) a investigação preliminar para apurar possível falta funcional de membros do Ministério Público citados em matérias veiculadas pelos jornais Correio Braziliense e O Popular, dos dias 14 e 15, sábado e domingo.

Em despacho, proferido de ofício, o corregedor-geral, Aylton Flávio Vechi, destaca que nas conversas divulgadas pela imprensa “são mencionados membros do Ministério Público do Estado de Goiás, que, no exercício da função, teriam sido contactados pelo senador Demóstenes Torres, atualmente investigado pelo Supremo Tribunal Federal, para interferirem em assuntos e procedimentos internos da instituição”. Frisa ainda o corregedor-geral que “até o momento as informações envolvendo membros do Ministério Público são oriundas única e exclusivamente da mídia, por meio de divulgação fragmentária de inquérito policial sigiloso, razão por que há necessidade de apuração criteriosa dos fatos, visando a coleta de elementos seguros para delimitar o objeto de possível procedimento administrativo disciplinar e identificar todos os eventuais investigados”.

Dentre as medidas preliminares, foi determinada a expedição de ofício ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, relator do inquérito relativo à Operação Monte Carlo, solicitando o compartilhamento de provas nele constantes que guardem relação direta ou indireta com membros do Ministério Público do Estado de Goiás, além de outras diligências internas para elucidação de todos os fatos mencionados pela imprensa.

Foi determinada, ainda, a remessa de cópia do despacho ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), à Corregedoria Nacional e ao Colégio de Procuradores de Justiça do Ministério Público.

O corregedor-geral estará amanhã em Brasília para tratar dos desdobramentos do caso junto ao Conselho Nacional do Ministério Público e ao Supremo Tribunal Federal.