Caos na saúde em Goiás mostra sinais claros. Ao menos, essa é a conclusão do levantamento realizado durante todo o ano passado pelo Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde (Sindisaúde) e apresentado na tarde desta quinta-feira, 26, ao procurador Regional dos Direitos do Cidadão, Ailton Benedito.

As conclusões do sindicato convergem com as investigações do Ministério Público Federal em Goiás (MPF/GO): as unidades de saúde do SUS estão funcionando de forma extremamente precária, principalmente por causa de desabastecimento de insumos e medicamentos, equipamentos sucateados, falta de equipamentos de proteção individual, escassez de recursos humanos e insuficiência de leitos, inclusive de terapia intensiva (UTI).

Nesse aspecto, o déficit de leitos de UTI levou o MPF a processar a União, o Estado de Goiás e o Município de Goiânia, com o objetivo de assegurar à população goiana a quantidade de leitos necessários. Com efeito, entabulou-se acordo judicial que prevê a expansão da rede de terapia intensiva no SUS para 600 leitos, até o dia 30 de junho de 2012.

Outra linha de atuação do MPF é o fornecimento de medicamentos de alto custo pelo SUS. Estão em curso diversas atuações visando garantir a efetiva dispensação de medicamentos incorporados às listas de fornecimento, bem como o incremento das mesmas mediante novas incorporações.

O MPF requisitou, ainda, no início deste mês, ao Departamento Nacional de Auditoria do SUS que realize auditorias técnicas, operacionais e financeiras nas unidades de saúde existentes nas estruturas administrativas do Estado de Goiás. Em resposta, o Departamento informou que já inseriu essas auditorias no calendário de 2012.

Em relação às informações trazidas pelo Sindisaúde, o procurador Ailton Bendito pontua que contribuirão para as apurações do MPF e para as possíveis medidas que podem ser executadas, com vistas a solucionar o caos na saúde em Goiás.

Do Ministério Público Federal