A cidade evolui e o fato é que o nível educacional não acompanha essa evolução. Pelo contrário, recua. Resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2012, divulgado pelo Ministério da Educação (MEC), aponta uma redução de 10 pontos nas notas das escolas goianas, que passaram de 529,5, em 2011, para 518,4 no ano passado. Esse retrocesso significa o que a maioria das pessoas já percebe: que educação não é prioridade dos governos estadual nem dos municipais, apesar de ser uma das principais bandeiras eleitorais de todos os políticos. Mas obviamente que o discurso não passa de retórica.

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O exame avalia todas as escolas de Goiás, entre federais, municipais, estaduais e particulares. No caso do Estado, o governo prometeu uma revolução com a meritocracia implantada pelo secretário Thiago Peixoto, que trouxe gastou milhares de reais para trazer especialistas de fora do Estado para reformular o setor. A medida, ao invés de tirar os professores da costumeira acomodação produzida pela estabilidade, gerou uma revolta generalizada contra o governo. O resultado é que o Enem expõe: nota 1,25 pior de um ano para outro. O estrago só não foi maior porque, na avaliação de desempenho das escolas estaduais, estão incluídos os resultados dos colégios militares, que figuram entre as dez melhores notas de escolas públicas do Enem.

As escolas federais, que em todo país representam excelência em Educação, em Goiás sofreram queda na nota de 15,3 pontos e até mesmo as particulares, que vinham melhorando ou mantendo os níveis de qualidade, sofreram um retrocesso nas notas de (5,37).

Mas a redução mais grave se deu nas escolas municipais, responsáveis pela base de todo conhecimento. O aluno que não recebe boa educação no ensino fundamental vai levar essa deficiência por toda sua vida escolar. As notas das escolas municipais reduziram em 22,5 pontos. É uma piora bastante acentuada e deixa a nu a administração deplorável da secretária Neyde Aparecida, mantida no cargo apesar de ser considerada ficha suja pelo Tribunal de Contas do Município.

No caso dos municípios, o lengalenga da falta de dinheiro para Educação não passa de uma falácia. Muitos deles sequer aplicam o mínimo constitucional de 25% da receita. Os municípios de Bonfinópolis e Santo Antônio do Descoberto aplicaram, em 2012 apenas 9% do exigido. O problema não é falta de dinheiro. É falta de vontade política por parte das autoridades e de vontade de trabalhar por parte dos professores. Quem paga o pato agora são os alunos, mais tarde, o Estado todo.