Com o período de estiagem completando 90 dias na Região Metropolitana de Goiânia, a vazão do Rio Meia Ponte, um dos mananciais mais importante do Estado de Goiás, que corresponde a 3,6% do território, onde estão inseridos 39 municípios, está com o nível de alerta. Na última medição realizada pela Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), no dia 21 de agosto, a vazão média era de 6.763 litros por segundo (l/s). 5.237 l/s abaixo do considerado ideal, 12 mil.

Segundo a Companhia Saneamento de Goiás (Saneago), nessa época, os mananciais naturalmente sofrem queda de vazão, mas a empresa de saneamento básico afirma que este ano será melhor do que o ano passado, quando foi apontado um risco de desabastecimento em 50 cidades, por causa da diminuição das chuvas, registrados 131 dias de estiagem. Este ano, apesar da pandemia, a Saneago deu prioridade aos trabalhos para prevenção dos efeitos da seca.

A Companhia está cumprindo o decreto 9.670/2020, do Governo de Goiás, que declara situação de risco de emergência hídrica por 210 dias nas bacias hidrográficas do Alto Rio Meia Ponte e do Ribeirão Piancó e define as ações para garantir o uso prioritário da água. A Saneago ressalta que tem trabalhado para reduzir a dependência da Capital com o Rio Meia Ponte. Dessa forma, já foram transferidos 78 bairros da Região Nordeste de Goiânia da área de abrangência do Meia Ponte para o escopo do João Leite.

No último mês de julho, o Sistema João Leite foi responsável pela produção de aproximadamente 62% de toda a água consumida pela Região Metropolitana da capital, enquanto o Sistema Meia Ponte produziu apenas 38%. A previsão é que, novamente, seja assegurado o fornecimento de água às seis milhões de pessoas, nos 226 municípios onde a companhia atua.

Com tais medidas, a Saneago espera diminuir cada vez mais a dependência do Meia Ponte para o abastecimento da Capital e destiná-lo para ampliar o atendimento para Goianira e Trindade.

Parâmetros

Os parâmetros de medição dos pontos de controle da vazão do Rio Meia Ponde são: atenção (mais tolerável), alerta (onde o nível atual se encontra), crítico I, crítico II, crítico III e crítico VI (mais preocupante). Com a situação, a Saneago destaca o apoio da população, que é um fator preponderante para o êxito no enfrentamento à estiagem. No tempo seco, a atenção com o consumo de água deve ser redobrada.

Matheus Pessoa é estagiário do Sistema Sagres de Comunicação, em parceria com o IPHAC e a Faculdade Araguaia sob supervisão do jornalista Tandara Reis.