Com autorização para retorno das aulas presenciais em Goiás, a Universidade Federal de Goiás (UFG) optou por continuar, pelo menos neste 2º semestre, o ensino de maneira remoto. Em entrevista à Sagres, o Reitor da UFG, Edward Madureira, explicou que o calendário de aulas da universidade é feito com antecedência, no início do ano, e que além disso, alguns estudantes em determinada faixa etária ainda precisam se imunizar.

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“Então para gente retomar aula presencial na plenitude, a gente precisa de uma vacinação maior para os estudantes. Por uma razão muito simples, nós temos salas de aulas com 40 estudantes, para retomar agora deveríamos colocar no máximo16 alunos, o que implicaria uma sobretrabalho”, explicou.

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Segundo o reitor, porém, a universidade não funcionará totalmente de maneira remota. As aulas que são práticas já retornaram com todos os protocolos, ainda mais nos cursos com um percentual maior de vacinados. “Um exemplo, estudantes da medicina estão todos vacinados, então podemos tentar uma alternativa um pouco diferente na medicina. No caso de odontologia, cursos de enfermagem e outras modalidades, estão sendo feitas [aulas práticas] já na modalidade presencial”.

Esse modelo, com aulas práticas presenciais e aulas teóricas remotas deve ser a maneira que as aulas funcionarão a partir de agora, mesmo após o fim da pandemia, prevê Edward Madureira. “Acho até que a gente não retorna mais ao 100% como era antes. O remoto abriu muitas perspectivas e certamente algumas atividades continuarão de forma remota, mas está é uma discussão para termos mais adiante”.

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As dificuldades enfrentadas por estudantes que no início da pandemia não tinham estrutura para as aulas remotas foram resolvidas segundo o reitor. Edward explicou que a UFG fez campanhas e recebeu doações para conseguir sanar esses problemas. “Às vezes, ainda tem aquele aluno que está numa situação tão complicada que a internet não chega onde ele mora. Mas levamos internet a rádio para aldeias indígenas, para quilombolas, conseguimos contratar internet a rádio e colocar nestes locais, por exemplo”, afirmou e completou que com o ensino híbrido, estudantes que trabalham e estudam e colecionam problemas de locomoção e tempo, terão mais facilidade para acompanhar as aulas.

Orçamento para a UFG

A Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2021 foi aprovada no Congresso Nacional com um corte de 18,16% no recursos destinados às universidade federais. O reitor da UFG, Edward Madureira, declarou que a Universidade deve deixar de pagar todas as despesas a partir de setembro, diante dessa realidade. “Estamos mais uma vez lamentando, porque o nosso orçamento está menor que o ano anterior que já foi insuficiente. Para gente retomar presencialmente e se preparar para o futuro, precisamos de investimento”.

Edward explicou que para fazer o ensino híbrido a universidade precisa de mais recursos, pois é preciso preparar os profissionais da UFG. “Os professores são mais analógicos e não é culpa deles, já que o ensino era assim até um ano e meio atrás. E agora temos essa migração, que exige investimento”.