O novo boletim da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) considera prematuro o relaxamento do uso de máscaras em lugares abertos, que está sendo anunciado por vários estados, entre eles, Goiás. Segundo a instituição, a medida é precipitada.

Em entrevista à Sagres, nesta segunda-feira (14), o pesquisador em Saúde Pública do Observatório da Covid-19, Raphael Guimarães, disse que ainda é cedo para suspender o uso de máscaras e que isso pode levar ao aumento dos casos.

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“Consideramos que o abandono do uso de máscara está sendo feito de forma prematura, e isso certamente pode comprometer essa tendência de declínio de casos. A taxa de transmissão da Covid-19 ainda não está baixa o suficiente para bloquear a ação do vírus. O uso de máscara segue sendo essencial, principalmente em lugares que apresentam tendências de aglomeração”, alertou o especialista.

Vacina

Para Raphael Guimarães, a retirada da obrigatoriedade do uso de máscaras só poderá ser feito com quando a vacinação atingir um número maior de pessoas. Ele defende inclusive, que o uso da máscara se torne um legado, mesmo depois do fim da pandemia.

“Só podemos pensar em um cenário mais seguro para flexibilizar o uso de máscaras e poder voltar a circular em ambientes fechados, quando a cobertura vacinal estiver em um patamar bem maior do que está hoje. Mesmo com o fim da pandemia da Covid-19, o uso de máscara deveria se tornar uma questão cultural, sempre que alguém estiver com uma gripe, por exemplo. Precisamos que esse legado fique para impedir a transmissão de outras doenças”, afirma o pesquisador.

Ainda segundo o especialista, os óbitos só não estão acompanhando o crescente números de casos, devido a proteção alcançada pela vacinação. Ele também fez um alerta para os pais que ainda relutam em vacinar seus filhos.

“Devido a estagnação da vacinação, muitas pessoas ainda estão sem completar o ciclo vacinal. Temos dificuldades em acessar parte população adulta, ou porque nega a vacina ou por questões de geográficas mesmo, com pessoas morando em localidades de difícil acesso. O grupo de 5 a 11 anos ainda demonstra preocupação, pois muitos pais ainda se sentem muito reticentes em vacinar seus filhos, devido a informações falsas”, revela.

Confira a entrevista completa:

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