“Na hora que o Álvaro (de Castro, assessor de imprensa) me avisou, fiquei um pouco em choque, sim (risos). Fiquei com medo, porque é a primeira vez. Nunca tinha passado por isso, mas espero que seja a primeira de muitas”. Sincero, assim o jovem Michel falou em sua primeira coletiva de imprensa como jogador profissional.
Do grupo de atletas que disputou a Copa São Paulo de Futebol Júnior e agregados ao elenco profissional na última semana, o zagueiro de 21 anos é o mais experiente entre eles. Já um veterano no Atlético Goianiense, treina com o time principal desde 2019 e completou na última quarta-feira (26) a sua 12ª partida com a camisa rubro-negra.
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A presença na última Copinha foi o adeus definitivo das categorias de base para Michel, que ‘estourou’ a idade para os torneios do setor juvenil. Por isso, “a responsabilidade é enorme”. O foco do zagueiro “é subir na minha carreira. Agora só quero jogar no profissional e, se Deus quiser, fazer bons jogos para continuar com essa sequência”.
Se o Atlético é referência na captação e no desenvolvimento de zagueiros, com os destaques recentes de Éder, Pedro Henrique, Oliveira, Nathan e João Victor, o jovem Michel ponderou que “espero ir com calma também, porque eles fizeram história aqui no clube. Eu respeito isso e, trabalhando, espero chegar ou passar o nível deles”.
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Na primeira rodada do Campeonato Goiano de 2022, Michel entrou durante o intervalo na vitória sobre o Crac justamente no lugar de outra promessa rubro-negra, o precoce Gabriel. Com apenas 17 anos, chamou a atenção de Marcelo Cabo na pré-temporada e foi titular na última noite no estádio Antônio Accioly na sua estreia profissional.
Natural de Anápolis, jogou no futebol gaúcho nas categorias de base, com passagens por Santa Cruz e Internacional. De volta a Goiás em 2020, se transferiu do Trindade para o Atlético no ano passado e integrou os times sub-17 e sub-20 do clube campineiro. Cortado da relação final da Copinha, ganhou uma inesperada chance no time principal.
Sobre a sua ausência no principal torneio de base do futebol brasileiro, Gabriel, sincero, ressaltou que “fiquei abalado no começo, porque todo atleta tem o sonho de jogar a Copa São Paulo, com muitos olheiros nacionais e internacionais, e a expectativa de qualquer jogador é chegar no final do ano e disputá-la”.
“Mas vi que Deus tem um propósito na vida de todo mundo. Ele me deixou de fora, os meus companheiros fizeram uma boa Copa São Paulo e tive a oportunidade de vir para o profissional, uma experiência incrível que estou tendo hoje”, destacou o jovem, que por muito pouco não marcou um gol na sua estreia.
Titular contra o Crac, Gabriel frisou que a experiência “foi muito importante. Foi uma felicidade enorme trazer a minha família de Anápolis e, quando vi eles gritando o meu nome, o coração acelerou. Ver a felicidade dos pais é incrível, porque essa vitória é deles também. Aquela bola na trave, se entra… Mas feliz pela atuação e por tudo”.
Já reconhecido nas ruas, o zagueiro relatou pedidos de fotos dos torcedores na saída do estádio. “Nos sentimos felizes, porque estamos sendo notados, mas é uma pressão a mais”, ponderou o jovem, que reconhece que “a cobrança tem que ser igual. Estamos treinando no profissional, então querendo ou não estamos sendo profissionais também”.
Gabriel é consciente de que “tem que ter a cabeça forte, porque muitos atletas quando sobem para o profissional acham que já estão feitos e a carreira pronta, mas não é assim. Temos que estar muito fortes mentalmente para quando subir dar o melhor, e quando descer também, porque somos atletas do Atlético, sendo da base ou do profissional”.