A criação de áreas verdes sozinha já não é suficiente para garantir o bem-estar urbano. É necessário implementar soluções que aumentem a resiliência das cidades. Nesse contexto, o Parque Realengo Susana Naspolini surge como um exemplo notável em Realengo, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro, com o objetivo de mitigar tanto o calor extremo quanto as enchentes.

Inaugurado em junho, o Parque Realengo abrange mais de 76 mil metros quadrados. Desenvolvido pelo escritório Ecomimesis Soluções Ecológicas, o projeto utiliza soluções baseadas na natureza para promover a integração dos visitantes com o meio ambiente, oferecendo opções de lazer, áreas de encontro e espaços para troca de conhecimento.

O parque conta com o plantio de 3.700 árvores, contribuindo para uma temperatura mais agradável tanto dentro quanto nos arredores da área. Inspirado nas “Supertrees” do Gardens by the Bay em Singapura, o parque possui cinco torres metálicas de alturas variadas e com jogos de luz. Essas torres incluem um sistema de vaporização com 236 esguichos que liberam vapor de água para amenizar o calor durante os dias quentes.

Além das torres, há jardineiras para o cultivo de trepadeiras nativas e um espelho d’água com jardins aquáticos que proporcionam frescor aos visitantes. O percurso elevado sobre o espelho d’água, junto com os jogos de luzes e música, cria uma experiência encantadora para quem visita o local.

Mais detalhes

O parque inclui um bosque com sete acessos, destinado ao descanso e contemplação das espécies nativas da Mata Atlântica. Com uma área de 9.600 m² e mais de 60 espécies nativas, o bosque está projetado para expandir sua cobertura vegetal ao longo do tempo.

Para combater enchentes, o Parque Realengo possui um sistema de captação de água das chuvas, com um reservatório capaz de armazenar até 290 mil litros. Esta água será reutilizada para irrigação dos jardins e limpeza dos sanitários do parque.

“O projeto visava criar soluções resilientes às mudanças climáticas, incluindo a captação de águas pluviais por meio de jardins de chuva e biovaletas, direcionando essas águas para um grande jardim de acomodação próximo ao portal de entrada do Parque. Embora tenham ocorrido algumas alterações durante a construção, a ideia principal de direcionar e armazenar as águas no terreno para uma bacia de acomodação foi mantida”, detalhou o escritório Ecomimesis Soluções Ecológicas.

Além das áreas verdes, o parque conta com uma horta equipada com dois viveiros, três composteiras para a transformação de resíduos orgânicos em adubo e dez canteiros. O gerenciamento dos resíduos sólidos inclui etapas de separação, acondicionamento e tratamento para destinação adequada.

Outras atrações

Outras atrações do parque incluem estruturas arquitetônicas voltadas para o comércio local e necessidades comunitárias, como lojas, salas de aula, espaços para eventos e oficinas. Também há uma ampla gama de atividades esportivas e de lazer, incluindo um anfiteatro, skate park, quadras esportivas, Academia da Terceira Idade, playground aquático, playground infantil e muro de escalada.

Localizado no quarto bairro mais populoso do Rio, Realengo, o parque ocupa a área de uma antiga fábrica que há mais de 20 anos era reivindicada pela comunidade para um espaço público. O nome do parque homenageia a jornalista Susana Naspolini, que faleceu em 2022.

“Esse parque é resultado da luta comunitária do povo de Realengo. Estamos homenageando uma mulher muito especial, que cobrava do governo. Ela fazia isso com muita educação, responsabilidade e respeitando os interesses do Rio de Janeiro. Esse espaço é para que vocês se encontrem, que possam desfrutar. Viva Realengo, viva Susana Naspolini”, afirmou o prefeito Eduardo Paes durante a inauguração.

Com a criação do Parque Realengo Susana Naspolini, a população local ganha uma importante área verde que ajuda a aliviar os efeitos das temperaturas extremas na cidade. O parque está aberto de terça a domingo, das 6h às 22h, com entrada principal na Rua Carlos Wenceslau, a apenas 14 minutos a pé da estação Realengo da SuperVia.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis

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