Após 118 dias, as atividades comerciais voltaram a funcionar de forma definitiva e, agora, conta com rígidos protocolos de segurança para prevenir a Covid-19, sendo esse o “novo normal”.

As novas medidas foram estabelecidas pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e pela Sedetec, complementando os protocolos gerais divulgados pelo Governo de Goiás. O coordenador da Área de Alimentos da Vigilância Sanitária, Jadson de Oliveira, orienta aos comerciantes algumas ações consideradas indispensáveis para o retorno dessas atividades.

“Primeiro é preciso ter certeza de que os protocolos estaduais e municipais estão bem claros. São várias regras, e detalhes. É preciso fazer um checklist e verificar se todos estão sendo seguidos ou se todos foram atendidos. Em seguida, é preciso ter certeza, garantir que a equipe de funcionários também esteja ciente das normas que devem ser seguidas, e se estão cientes da responsabilidade de seu papel como agente de prevenção da pandemia”, afirma o coordenador.

Conforme o protocolo, definido pelo Decreto Estadual nº 9.653/2020, será necessário que cada estabelecimento intensifique a higiene e mantenha os ambientes ventilados naturalmente, incluindo os locais de alimentação dos trabalhadores e os locais de descanso, além de aumentar a frequência de higienização de mesas, cadeiras, maçanetas, superfícies do buffet, café e balcões, bem como os procedimentos de higiene da cozinha e dos banheiros.

Jadson de Oliveira afirma que o descumprimento do protocolo pode resultar em autuação (multa de R$ 4.750,00) ou a interdição do comércio. “Quando percebemos que as normas não estão sendo corretamente seguidas, a empresa pode ser intimada a corrigir o que está falho. Quando há uma repetição das falhas, ou a ocorrência sistemática dos erros, ou mesmo uma passividade quanto a conduta diante das falhas que estão bem claras, a empresa é autuada. E quando houver situação de aglomeração desenfreada, más condições de higiene, disposição clara em não cumprir as regras, a empresa poderá ser interditada”, esclarece.

Caso o estabelecimento receba clientes que estejam dispostos a afrontar as normas, Jadson não vê solução a não ser o embate, e se necessário acionar a polícia, para não colocar tudo a perder por causa de alguém que não se sente envolvido em prol bem coletivo.

“As campanhas, avisos e diálogo com os consumidores são essenciais. Talvez se as associações e sindicatos se unissem em campanhas televisivas, pelo rádio, outdoors, fosse uma boa ideia e resultasse em menor esforço e maiores resultados para todos”, orienta.

Diante desse cenário, o Sagres Online reuniu algumas orientações e cuidados que podem ajudar os comerciantes a garantirem a tranquilidade social e a retomada das atividades na empresa. Além de garantir a saúde dos profissionais, gestores e clientes, a empresa precisa criar um ambiente para que o consumidor se sinta seguro no estabelecimento.

Confira

As medidas de relaxamento da quarentena devem funcionar de forma diferente em cada região, de acordo com a evolução da doença e a capacidade de atendimento dos hospitais. Com isso, mantenha-se atualizado sobre as medidas impostas para a área de atuação da sua empresa e leve em consideração o decreto de funcionamento vigente em cada região. Se houver alguma divergência entre os decretos municipal e estadual, escolha, por precaução, seguir a orientação mais rígida.

Exija o uso de máscara

Todos devem estar cientes de suas responsabilidades para evitar a propagação da doença, para respeitar os protocolos recebidos. Oriente os funcionários a lavar frequentemente as mãos e portar álcool em gel próprio. O ideal é que a empresa disponibilize o produto, que faz parte dos equipamentos de proteção individual. Além disso, exija o uso de máscara. É importante lembrar que as que forem reutilizáveis (de pano) devem ser trocadas em até quatro horas ou antes desse período, se estiverem úmidas.

O coordenador da Área de Alimentos da Vigilância Sanitária afirma já ter visto funcionários que não estavam cientes das normas que deveriam seguir. “Vimos pessoas na entrada das lojas aferindo temperatura, mas não sabiam a partir de qual temperatura deveriam impedir a entrada do consumidor. E o protocolo diz que se a pessoa estiver com temperatura de 37.8 graus, não poderá entrar na loja”, elucida.

Seja eficiente ao comunicar

Dependendo do tamanho da equipe, uma única conversa pode não ser suficiente para garantir que todos estão cumprindo as orientações necessárias para a reabertura responsável da empresa. Criar lembretes para os funcionários usando cartazes em display ou um sistema interno de som, por exemplo, pode ajudar a reforçar os cuidados que você quer comunicar.

Manter contato com os clientes também é muito importante, compartilhar as novas medidas pelas redes sociais e sites, por exemplo, é uma forma de preparar os consumidores para o que é esperado do “novo normal” e pedir que eles sigam as regras, evitando futuros conflitos.

Higienização e desinfecção

Higienização é palavra de ordem em tempos de pandemia. Dessa forma, organize uma área de chegada para clientes e profissionais em seu estabelecimento e disponibilize álcool em gel para higienização das mãos. Adote, também, medidas para higienização das solas dos sapatos, como um borrifador com álcool 70% ou uso de propés, uma espécie de sapatilha descartável. Além disso, peça para que todos os clientes usem máscara e, caso não possuam, ofereça a opção de compra no próprio estabelecimento.

Outra medida importante é a dispersão de aglomerações. Entretanto, peça para que os clientes evitem levar acompanhantes e, se o seu comércio permitir, organize atendimentos mediante agendamento para evitar filas de espera no estabelecimento.

Todo o estabelecimento deve ser cuidadosamente limpo e desinfetado. Os locais de contato com o cliente merecem atenção especial como bancadas de atendimento, prateleiras, puxadores, maçanetas, interruptores, corrimões e afins devem ser higienizados com agentes detergentes, como água e sabão, e passar por desinfecção química com álcool 70% ou solução com água sanitária (composta por 250ml de água sanitária para 1 litro de água).

Distanciamento

Como medida indispensável, evitar aglomerações é muito importante nesse momento, e uma boa forma de se fazer isso é criando uma escala de trabalho. Defina a escala de retorno da equipe respeitando as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e dos governos em relação àqueles que fazem parte do grupo de risco – como idosos, diabéticos, hipertensos, asmáticos e portadores de outras doenças crônicas. Além disso, se possível, estabeleça um distanciamento mínimo de dois metros entre atendentes e clientes.

Matheus Pessoa é estagiário do Sistema Sagres de Comunicação, em parceria com o IPHAC e a Faculdade Araguaia, sob supervisão da jornalista Letícia Martins