Um dos grandes desafios da vida adulta é a carreira profissional. Por esse motivo, ainda na adolescência as pessoas são incentivadas a estudar, prestar vestibulares e garantir uma vaga na universidade. Claro, essa realidade nem sempre é a mesma para todos. Contudo, a diferença na qualificação traz grandes impactos na colocação e remuneração no mercado de trabalho.

Um estudo de Empregabilidade promovido no fim de 2019 pela Kroton (marca da holding Cogna, maior grupo educacional do país e um dos maiores do mundo) mostra que 77% dos brasileiros que possuem Ensino Superior estão empregados e que a diferença salarial é grande. De acordo com a pesquisa, quem tem faculdade ganha, em média, R$4,8 mil, enquanto quem cursou até o Ensino Médio alcança uma renda de cerca de R$2,2 mil.

ONU

O assunto tem um impacto tão grande no desenvolvimento de uma sociedade que foi um dos temas discutidos e incluídos nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Esse é o 4º objetivo da lista e visa “assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todas as pessoas”.

De acordo com o discutido na agenda 2030 da ONU, o objetivo é que até 2030, haja um aumento substancial no número de jovens e adultos que tenham habilidades relevantes, inclusive competências técnicas e profissionais, para emprego, trabalho decente e empreendedorismo.

Opinião da especialista

Mas o que as empresas estão procurando nos jovens para contratação? Qualificação? Experiências? A professora, mestre e coordenadora dos cursos de tecnologia, que inclui o de Gestão de Recursos Humanos da Uni-Goiás, Ana Cândida Franco de Oliveira, conversou com a Sagres 730 sobre o assunto.

Com anos de experiência em avaliar e selecionar currículos, Ana Cândida destaca que a qualificação é necessária, mas o jovem precisa ir além. Com a pandemia do novo coronavirus a seleção continua da mesma forma, só que agora com outros desafios. “Eu vejo que as características de seleção sempre foram as mesmas. Hoje ela é mais forte porque os desafios são diferentes”.

A professora explica que além de um curso superior ou técnico, as empresas procuram pessoas proativas, com atitudes positivas e com outras habilidades pessoais. “O que se espera são pessoas com atitudes positivas. Aquelas que observam o problema e pensam em soluções. Não aquelas pessoas que só levam problemas ao chefe”, pontua.

Assim, para que o jovem consiga sucesso profissional é necessário se dedicar a cursos, ao conhecimento do ramo da empresa onde trabalha ou quer trabalhar, a relações interpessoais. “Além de habilidades interpessoais é uma vantagem é ter a característica colaborativa e ter compatibilidade com os valores da empresa”, indica.

Outra dica valiosa que Ana Cândida disse às Sagres é tentar a inserção em um ramo de preferência. “Quando me identifico com uma área que vou atuar tudo fica mais fácil, mais agradável”, recomenda. Além disso, assumir responsabilidades é uma característica muito observada pelos contratantes.

Montando o currículo

Confira as dicas da especialista para montar um bom currículo:

  1. Busque qualificações: É importante se qualificar. Além dos cursos superiores, existem cursos técnicos que tem preços mais acessíveis e são de menor duração.
  2. Formações extracurriculares: As atividades extracurriculares mostram que você está atualizado e buscando conhecimento sempre. Isso é um atrativo para o empregador.
  3. Não exagere nas informações: Muitas pessoas erram ao colocar muitas informações no currículo. Por isso, selecione apenas as informações que sejam atrativas para a empresa onde deseja se candidatar.
  4. Experiências com trabalhos voluntários: Os trabalhos voluntários classificam a personalidade. Esse tipo de trabalho demonstra preocupação com o próximo e com a sociedade.
  5. Cuidado com as redes sociais: Além de avaliar o currículo do candidato a empresa pode acessar as redes sociais para conhecer um pouco mais do perfil daquela pessoa. Por esse motivo é sempre bom ter cuidado com as postagens.

Dili Zago é estagiária do Sistema Sagres de Comunicação, em parceria com o Iphac e a Faculdade Araguaia, sob supervisão da jornalista Letícia Martins