Os últimos dias do terceiro ano de pandemia em Goiás mantêm em alta o alerta da Secretaria Estadual de Saúde (SES) por conta do aumento de 50% no número de internações por Covid-19, mas a principal preocupação é com as crianças. De acordo com o secretário Sérgio Vêncio, pais e responsáveis têm negligenciado a vacina contra o sars-cov-2 para os pequenos com até 9 anos de idade.

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“O alerta maior que surgiu nas últimas semanas foi o aumento do número de internações e o agravamento de alguns casos em crianças até 9 anos, justamente porque não estão sendo vacinadas. Então, está bem claro: a vacina mudou a curva da Covid. Realmente é difícil uma pessoa não conseguir enxergar isso”, afirmou o secretário em entrevista ao Sagres Online.

Segundo a Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa), da própria SES, nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2022, foram registrados 4, 17 e 8 internações por Covid-19 em crianças menores de 10 anos em Goiás. O número chega a representar mais de 10% do total de internações, proporção ainda não atingida desde o início da pandemia, em 2020. E mesmo assim, a prevenção deve ser reforçada, apesar dos números menores que em picos da doença.

“A gente conta com a população para ter o mínimo de cuidado, para que se vacinem, completem a vacinação para evitar os casos graves. É importante falar sobre isso. A vacinação não previne casos novos, mas previne o agravamento. Não há justificativa para não vacinar. O benefício é maior tanto do ponto de vista individual quanto do ponto de vista populacional”, garante o Sérgio Vêncio.

Vacinação anual

A tendência, explica o secretário, é que tenhamos vacinas periódicas contra o coronavírus, assim como já ocorre com as versões de imunização contra a Influenza. “Pode acontecer exatamente como acontecia com a gripe. Todo mundo vacinava para gripe, mas o vírus sofria mutação e a pessoa era contaminada, mas vinha uma forma mais leve, que evitava a internação e a morte. É preciso lembrar que gripe também mata”, diz.

Além disso, o monitoramento da Suvisa aponta novo crescimento da taxa de transmissão da Covid, a chamada “taxa R”. “Os casos continuam mais leves, mas existe uma preocupação grande do governo por conta das festas de fim do ano.”

“Nós já dobramos o número de leitos específicos para Covid na rede de saúde estadual, ainda em número muito inferior ao que já foi em anos anteriores nos momentos de pico. Mesmo assim, a gente já tem o plano A e o plano B”, aponta Sérgio Vêncio, que assumiu o comando da Secretaria Estadual de Saúde em novembro.

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