A glicose é um dos principais combustíveis do corpo humano, mas seu excesso pode estar ligado a diversas doenças metabólicas. Para entender melhor como equilibrá-la no dia a dia, a nutricionista Laís Bittencourt compartilhou suas recomendações em um bate-papo sobre o tema no Tom Maior do Sistema Sagres.
De maneira simples, a glicose nada mais é do que o açúcar presente no sangue, resultado da digestão dos carboidratos ingeridos. Segundo Laís, ela é essencial para o funcionamento de órgãos vitais, como o cérebro e o coração, mas seu excesso pode trazer complicações.
“O problema ocorre quando há um consumo excessivo, levando ao desenvolvimento de doenças metabólicas, como resistência insulínica e diabetes”, explicou a nutricionista.
Os picos de glicose e suas consequências
Muito se fala sobre os “picos de glicose”, mas o que eles representam na prática? De acordo com Laís, trata-se da elevação rápida do nível de açúcar no sangue logo após a ingestão de um alimento rico em carboidratos.
“Se eu como uma fruta ou um pãozinho isolado várias vezes ao dia, estou provocando esses picos constantemente, o que pode prejudicar o emagrecimento e aumentar o risco de resistência insulínica”, alertou.
Para evitar esse problema, a especialista sugere combinar carboidratos com fontes de gorduras boas, proteínas e fibras. “Adicionar uma castanha à fruta, ou uma fatia de queijo, pode ajudar a modular esse pico”, exemplificou.
O arroz e outros carboidratos
Muitas pessoas associam o aumento da glicose apenas ao consumo de açúcar refinado, mas, segundo Laís, qualquer alimento que contenha carboidratos será transformado em glicose pelo organismo.
“Até mesmo a banana pode causar um pico glicêmico, dependendo do contexto em que for consumida. O mesmo vale para o arroz, massas e pães em excesso”, explicou.
Por isso, a recomendação é sempre equilibrar a refeição. “Em vez de um prato cheio de arroz, metade dele pode ser composto por salada e proteínas para evitar uma carga glicêmica elevada”, disse a nutricionista.
Quem já tem tendência a picos glicêmicos
Para quem já apresenta dificuldade no controle da glicose, Laís destaca a importância da avaliação por meio de exames como glicemia de jejum, hemoglobina glicada e insulina. Além disso, mudanças na alimentação são fundamentais.
“Evitar ultraprocessados, frituras e carboidratos simples, e sempre combinar os alimentos de forma equilibrada, já faz uma grande diferença”, ressaltou. Ela também recomenda substituir o tradicional café da manhã brasileiro – composto por pão com manteiga e café adoçado – por opções mais saudáveis.
“Acrescentar um ovo mexido ao pão ou trocar o lanche da tarde por frutas com castanhas já são mudanças significativas”, exemplificou.
Água com gás pode ajudar no controle da glicose?
Uma curiosidade levantada na conversa foi sobre a relação entre água com gás e glicose. Segundo Laís, um estudo recente apontou que o gás carbônico presente na bebida pode otimizar a utilização da glicose sanguínea.
“A redução seria sutil, mas para quem substitui o refrigerante pela água com gás, a melhora já é significativa”, afirmou.
Por fim, a nutricionista reforçou que a alimentação equilibrada deve vir acompanhada de atividade física. “O exercício ajuda o corpo a captar glicose de maneira independente da insulina, sendo essencial para o controle glicêmico”, concluiu.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 03 – Saúde e Bem-Estar
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