Quando mulheres devem começar o acompanhamento ginecológico? Essencial para a saúde feminina, o assunto ainda pode ser visto de modo estigmatizado, ou seja, como uma espécie de tabu.
Nesse sentido, a médica ginecologista Rosane Ribeiro explica que tal pensamento pode prejudicar a prevenção de doenças e condições sérias, como é o caso do vírus Papiloma Vírus Humano (HPV). De acordo com dados do Ministério da Saúde, estima-se que haja entre 9 e 10 milhões de pessoas infectadas pelo HPV no Brasil, além de 700 mil novos casos de infecção por ano.
Prevenção
“O câncer de colo de útero é o terceiro câncer mais comum entre mulheres”, explica a especialista. Assim, ela destaca que o principal causador desta condição é o vírus HPV, para o qual já existe vacina preventiva disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).
Além disso, Ribeiro destaca que um exame fundamental no rastreamento de lesões pré-cancerosas integra a rotina básica preventiva solicitada por médicos ginecologistas. Diante disso, a regularidade em consultas torna-se essencial.
“O HPV causa tanto o câncer de colo de útero na mulher como outros cânceres, inclusive nos homens. É um vírus com uma relevância muito grande na saúde pública”, explica Rosane Ribeiro.
Vacinação

“A vacinação não vai estimular o início precoce da atividade sexual, já existem estudos mostrando isso. Seria importante que essas vacinas estivessem disponíveis nas escolas, não apenas nas redes de atendimento de saúde pública”, pontua a médica.
A principal forma de contágio se dá pela atividade sexual, o que, segundo especialistas, reforça a necessidade de ações continuadas em educação sexual. Em relação aos sintomas, o Ministério da Saúde ressalta que na ampla maioria dos casos, a condição é assintomática. Além disso, nas situações em que há sintomas visíveis, estes podem surgir entre 2 a 8 meses, como também em até 20 anos após a infecção.
“Quando a vacinação foi instituída era só para meninas, depois que soube-se da importância de vacinar o homem também, para proteger a mulher mas também a ele próprio”, explica.
A vacina está disponível na rede pública de saúde na faixa etária dos 9 aos 14 anos, no entanto, porém, na rede privada, é possível a cobertura vacinal é prolongada até a faixa etária dos 45 anos de idade.
“Ao contrário do câncer de mama, no câncer de útero conseguimos mudar a história natural, pois detectamos as lesões antes de evoluirem para o câncer”, ressalta.
Assista ao programa completo:
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU): ODS 3 – Saúde e bem-estar.