O Amazonas passa por um período de estiagem e a seca já atinge 60 dos 62 municípios do estado. O problema atinge as comunidades que necessitam do transporte fluvial, como barcos, lanchas e canoas, além do desabamento de terra. Mas também já afeta a vida marinha, com a morte de mais de 100 botos.

Quatro pessoas estão desaparecidas depois de um deslizamento de terra no interior do estado, segundo informou o portal de notícias G1. O desastre ocorreu na cidade de Beruri, localizada a 170 quilômetros de Manaus. Uma criança morreu após o deslizamento que atingiu cerca de 40 casas.

O Amazonas é um estado da Região Norte do país. O mundo está sob efeito do fenômeno El Niño, que afeta o Brasil de forma extrema. André Amorim, gerente do  Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas do Estado de Goiás (Cimehgo), explicou em entrevista à Sagres em junho que a anomalia iria provocar problemas nas precipitações da região.

“Na Região Sul do Brasil, que estava com seca, vai voltar a chover e nas Regiões Centro e Norte do país vamos ter problemas com questões de chuva”, afirmou à época. A Defesa Civil informou que a água infiltra nas margens dos rios na época da cheia e provoca erosão. No entanto, o solo perde a estabilidade por causa da estiagem e assim ocorre os deslizamentos de terra.

Seca dos rios e morte de botos

Com a estiagem, os rios estão apresentando problemas ambientais graves para as pessoas e animais aquáticos. Em Manaus, capital do estado, os barcos estão encalhando por causa da seca do Rio Negro. Os bancos de areia do rio já são visíveis e, portanto, o porto de partida das embarcações mudou de local por causa do baixo nível da água.

O Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá registrou a temperatura de 39°em pontos do Lago Tefé, afluente do Rio Solimões. Portanto, a população local recebeu um alerta na sexta-feira (29) para  evitar o uso do lago.

Mas dentro do lago vivem alguns animais aquáticos, dos quais o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá já registrou 110 mortos, entre  o boto e o tucuxi. O desastre ambiental será investigado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). 

No entanto, o órgão informou que “até o momento, as causas não foram confirmadas, mas há indícios de que o calor e a seca histórica dos rios estejam provocando as mortes de peixes e mamíferos na região”.

Resgate

O ICMBio mobilizou equipes de veterinários e servidores do Centro de Mamíferos Aquáticos (CMA) e da Divisão de Emergência Ambiental para Tefé/AM. O objetivo é resgatar os animais encalhados. O instituto também anunciou protocolos sanitários para a destinação das carcaças dos botos mortos.

“O ICMBio segue reforçando as ações para identificar as causas e, com isso, adotar medidas para proteger as espécies”, afirmou em nota.

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