O boletim da dengue, divulgado pela secretaria estadual de saúde mostra que Goiânia é o município com maior número de casos notificados da doença. Em entrevista à Sagres 730 o coordenador estadual de controle de vetores e aedes, Marcelo Rosa, explicou que para 2021 há uma preocupação em relação ao aumento no número de casos por conta de um sorotipo específico que está circulando.

Segundo Marcelo, a preocupação é porque o sorotipo 1 da dengue, que não circulava há cinco anos, voltou a circular no Brasil. “Um sorotipo, quando é novo ou há muito tempo não circula, é um indicativo de que muitas pessoas estão vulneráveis a ele. Então, o sorotipo 2 da dengue vem circulando há mais ou menos quatro anos e está perdendo forças, e o sorotipo 1, que já não circulava começou a ganhar forças”, detalha Marcelo.

Embora a dengue esteja presente na sociedade há anos, o conhecimento científico dessa doença ainda não é tão aprofundado. De acordo com o coordenador, a base de conhecimento da doença é mais histórica. Pesquisadores e profissionais da saúde tem como base os dados levantados ao longo dos anos sobre a reação da população com a circulação de cada sorotipo.

“Ainda é um campo não muito conhecido pela ciência. Historicamente o nós temos de dados é que toda vez que o sorotipo 2 da dengue circula a gente percebe que ocorre um aumento de casos graves e óbitos. Por outro lado, especificamente em Goiás, o sorotipo 1 da dengue circulou de forma massiva entre os anos de 2014 e 2015 e houve um aumento considerável em relação ao número de óbitos”, relembra o coordenador.

Para este ano nenhum município apresentou grande risco no perfil epidemiológico até o momento. Mas Marcelo Rosa conta que Cristalina já começou a apresentar risco médio para epidemia de dengue.

Com a chega das chuvas o risco de aumento do número dos casos é grande. E para que isso não aconteça a secretaria de saúde tem feito ações em todo o estado, mas pede a ajuda dos moradores. Além de terem os cuidados em não deixar água parada, a população deve abrir suas portas para recepção do agente de saúde. Esses profissionais fiscalizam as residências e auxiliam os moradores jogando veneno nos focos de mosquitos da dengue, indicando como armazenar garrafas e pneus e ainda informando sobre os cuidados com os vasos de plantas.